Um em cada quatro brasileiros tem algum tipo de deficiência. São 45 milhões de pessoas. De acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), 403,2 mil delas trabalham. Significa que compartilham os mesmos espaços públicos que as pessoas sem deficiência, como shopping center, farmácia, supermercado.
Mesmo assim, as pessoas com deficiência ainda passam por situações de preconceito e desrespeito. É o caso da Alexandra Forquim da Cunha Mannrich, 38 anos, e deficiente visual. “Chegamos ao supermercado e meu marido estacionou o carro na vaga especial para deficientes. No mesmo instante, parou outro carro na vaga de idoso e uma mulher desceu e começou a brigar comigo, dizendo que eu não tinha direito de estar ali, porque eu não apresentava nenhum problema e não estava na cadeira de rodas”, conta Alexandra.
Em todo o mundo, o símbolo azul com o ícone de uma pessoa em cadeira de rodas representa todas as pessoas com deficiência, seja física, visual, auditiva, intelectual e com autismo. Para garantir o direito de acesso e estimular a construção de um olhar de respeito e livre de preconceitos sobre as pessoas com deficiência, foi lançada a campanha Este Símbolo Representa Mais do que Você Vê, pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a Fundação de Ação Social (FAS) e Prefeitura de Curitiba.
Lançada em 3 de dezembro, a campanha pode ser vista nos painéis localizados nos pontos de ônibus, em anúncios de revistas e jornais, nas rádios e em leques distribuídos para a população.
Além disso, a campanha traz a hashtag “#passeadiante esta informação”, que visa popularizar o conhecimento nas redes sociais, já que quanto mais a informação é divulgada, mais os direitos dos cidadãos são conhecidos e garantidos.
A campanha faz referência ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e reforça a importância de saber antes de julgar, pois algumas pessoas ostomizadas, com autismo ou deficiência intelectual não possuem sinais físicos. Como aconteceu com Alexandra, que foi julgada e questionada indevidamente sobre seus direitos de acessibilidade na vaga do supermercado.
Perguntada sobre como lida com essas situações, ela diz que muitos não sabem que o símbolo de cor azul com a cadeira de rodas refere-se a todas as pessoas com deficiência. “Apesar disso, tenho direito de usar tanto quanto um surdo ou cadeirante,” reitera.
Direitos
A lei 13.146/15, em vigor desde janeiro, institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência e garante direitos fundamentais de acessibilidade. No caso dos programas de TV incluem legendas ocultas, o closed caption, canais de audiodescrição e a janela de libras (Linguagem Brasileira de Sinais). Da mesma forma, os deficientes auditivos têm garantia à isenção da tarifa no transporte coletivo, prioridade em atendimentos e demais prerrogativas previstas em lei.
No Paraná, com a implantação do sinal digital, as pessoas cegas têm acesso à audiodescrição e trata-se de um canal de áudio exclusivo, com narração de informações visuais em língua portuguesa.
O que você precisa saber sobre a credencial de vagas especiais
Para usar as vagas especiais de estacionamento as pessoas com deficiência precisam ter a credencial que, em Curitiba, é emitida pela Secretaria Municipal de Trânsito (Setran).
O atendimento na Setran para o credenciamento é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h, apenas para moradores de Curitiba.
Pela internet é possível fazer um pré-cadastro, no site www.setran.curitiba.pr.gov.br, link "Credenciamento de Vagas Especiais" e, ainda, para segunda via e renovação da credencial.
Após fazer o pré-cadastro pela internet, será solicitado o agendamento da data e horário para comparecimento do usuário interessado na sede da Setran. Na data marcada será feita a autenticação da documentação e retirada da credencial.
Para uso de vagas especiais demarcadas em áreas do Estacionamento Regulamentado, além da credencial, o usuário deve apresentar o cartão do EstaR.
Outras informações podem ser obtidas pelos telefones 3320-3405 e 3320-3406.