Um grupo de 100 calouros da Universidade Federal do Paraná (UFPR) se reuniu nesta quinta-feira (26) para pintar duas escolas e um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI). A mobilização fez parte do trote solidário organizado pelos centros acadêmicos dos calouros dos cursos de Engenharia de Produção, Arquitetura e Engenharia Elétrica.

Divididos em grupos, os novos universitários recuperaram a pintura de muros, paredes, parquinhos e outros espaços das Escolas Municipais Donatilla Caron dos Anjos, no Guabirotuba, CEI Adriano Robine, no bairro Fazendinha, e CMEI Carlos Alberto Pereira de Oliveira, no Guaíra. Enquanto a mão de obra ficou por conta dos calouros, os materiais foram comprados, parte pelas unidades com recursos descentralizadose outra parte arrecadado entre pais de alunos, pessoas da comunidade, empresas e comércios da região.

Na Escola Municipal Professora Donatilla Caron dos Anjos, a recuperação das paredes da escola foi uma lição de cidadania vivenciada pelos 560 estudantes da escola que havia sido pichada e vandalizada. As famílias colaboraram fazendo a doação de pincéis, rolos e suportes de tintas para que os calouros pudessem pintar os muros da escola. A Associação de Moradores do Jardim das Américas também participou da ação, com doação de tintas e lanche para os calouros.

Fizemos uma ação conjunta, os calouros com seu tempo e disposição e nós da escola e da comunidade com doações. Todos se envolveram e isso foi o diferencial para a realização deste trote solidário. “Foi um exemplo para os estudantes”, disse a diretora da escola Donatilla Caron dos Anjos, Diva Lippi.

A realização de trotes solidários tem aumentado ano após ano, com a substituição de brincadeiras que por vezes acabavam humilhando e prejudicando os calouros por ações cidadãs. “O trote solidário é muito mais significativo para a comunidade”, disse a estudante Maria Leonora Pereira Cabral, caloura de Engenharia de Produção na UFPR. Junto com ela, outros estudantes dedicaram um tempo da rotina de estudos e trabalhos acadêmicos para cuidar do jardim, plantando mudas de flores na escola.

O trote solidário dos cursos de engenharia acontece desde 2006 e é iniciativa do Diretório Acadêmico de Engenharia Civil. Nos últimos anos, o diretório convidou outros cursos para participarem da ação, que normalmente acontece em escolas municipais e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).

“Com esta prática, estamos devolvendo para a sociedade o que ela nos deu uma boa escola pública e um espaço bom para estudar”, disse Lucas de Moura Ribas, organizador da ação na escola e estudante de Engenharia Elétrica.

“Mostrar o resultado final é o que nos motiva e estamos demonstrando uma ação positiva da universidade para a comunidade”, disse Vinicius Coelho, estudante ingressante no curso de Engenharia de Produção.

No Centro Municipal de Educação Infantil Carlos Alberto Pereira de Oliveira, no Guabirotuba, os calouros agiram pintando os muros e as grades externas da unidade. O envolvimento dos universitários na recuperação do espaço agradou a equipe responsável pela educação e cuidado de 150 crianças de até cinco anos, na unidade. O interior da unidade havia sido totalmente preparado e organizado para as o início das atividades letivas, porém, os muros e grades externas também haviam sofrido ação de vândalos.

“Estamos muito emocionadas e contentes com o resultado desta mobilização”, disse a diretora da unidade, Marisa de Fátima Mosqueti. Depois de acompanhar a dedicação e o capricho dos calouros na ação, Marisa disse que acha difícil avaliar para quem a ação foi mais importante. “Claro que nossas crianças serão beneficiadas com a unidade que ficou ainda mais linda, mas para esses calouros foi uma forma de se aproximar de outras realidades e participarem como cidadãos colaborativos da manutenção do patrimônio que é de toda a cidade”, disse Marisa.

O presidente do Diretório Acadêmico de Engenharia do Paraná (DAEP) e aluno do sétimo período de engenharia Civil na UFPR, José Augusto Giordano, comemorou os bons resultados da ação. “Neste ano conseguimos juntar um número maior de centros acadêmicos da UFPR e com isso vimos as possibilidade de ajudar três escolas, o que para mim, é uma forma de retribuir a sociedade pela educação superior oferecida gratuitamente", disse José Augusto.