O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Iracema, no Cajuru, tem um canto especial, adorado pelas crianças. Lá estão bonecas e bonecos de pano, com diferentes características, confeccionados pelas educadoras usando retalhos e fibras sintéticas, em diferentes tamanhos e com variações de expressões faciais. Elas são resultado de uma oficina de produção de bonecas artesanais, realizada pelas educadoras do CMEI.
Os bonecos de pano foram fabricados em função de uma boneca já existente no CMEI, feita de retalhos, que, misturada a dezenas de outros brinquedos com diferentes formas, cores e tamanhos, começou a ser disputada pelas crianças do centro. A predileção das meninas e meninos pela boneca feita de tecido, linha e agulha fez surgir a oficina. Pelas mãos habilidosas das educadoras Tatiana Muller, Josiane Leocádio e Wanessa Gonçalves, as novas bonecas de pano do CMEI Iracema que não falam, não emitem sons de choro ou risos, estimulam a imaginação das crianças.
Além de divertir, essas peças estão ajudando no trabalho de socialização. Pintadas a mão com tinta atóxica, as bonecas ganharam fisionomias que expressam alegria, tristeza, sono, vergonha, espanto, medo, e são usadas para trabalhar sentimentos, percepções corporais e a diversidade entre as crianças na faixa etária de 1 ano e meio a 2 anos e meio de idade.
A diretora do CMEI, Ursula Cristiane Hauth, comemora os bons resultados da iniciativa da equipe. “O projeto tem cumprido um importante papel pedagógico. Trabalhamos em equipe em prol das crianças e assim cumprimos com um dos principais papeis da educação infantil: o de ensinar por meio do brincar”, disse Ursula.
Brincar envolve aspectos emocionais, físicos, cognitivos, sócio afetivo e motores. É pela brincadeira que a criança se desenvolve de forma integral e saudável, desenvolve sua habilidades e, ao mesmo tempo, apropia-se da cultura presente na sociedade”, diz Maria da Glória Galeb, diretora interina do Departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal da Educação.
A intenção das educadoras agora é repassar a técnica para as mães. “Queremos resgatar a tradição do brinquedo não industrializado e a possibilidade de as famílias produzirem o objeto de diversão dos filhos”, comentou a diretora.
Oficina
A ideia de confeccionar as bonecas foi uma adaptação de uma oficina da qual a equipe de educadoras do CMEI participou em julho, durante a Semana de Estudos Pedagógicos, promovidos pela Secretaria Municipal da Educação, dentro do programa de formação continuada dos profissionais da área.
Denominada "Bonequeiras sem Fronteiras", a oficina ministrada pela pedagoga Andréa Cordeiro baseou-se na importância de estimular o desenvolvimento das crianças a partir de brinquedos sem tecnologia e sofisticação, mas voltados ao desenvolvimento da fantasia e da capacidade criadora nata das crianças.