As escolas municipais que integram o programa Transformado Realidades: Equidade na Educação tiveram excelente desempenho no Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (Ideb), o principal indicador da qualidade do ensino no País, divulgado no início do mês. Das 35 escolas municipais avaliadas, 28 aumentaram o índice em relação a 2015 e 68% delas superaram as metas definidas pelo Ministério da Educação.
Além disso, das dez escolas municipais com maior crescimento no Ideb, seis pertencem ao programa, que reúne estratégias para que todos os estudantes avancem em suas trajetórias. O programa é desenvolvido em unidades que apresentam vulnerabilidades (pedagógicas e sócio-econômicas) que refletem no percurso escolar dos estudantes.
Para garantir o direito à aprendizagem, as escolas recebem um valor adicional de 10% no repasse do Programa Fundo Rotativo, para investimentos em recursos pedagógicos, além de um projeto especial de Apoio Pedagógico para atender estudantes com defasagens.
As escolas também são indicadas a participar de práticas para a ampliação cultural dos estudantes. “O objetivo é atender cada um na sua individualidade e necessidades, superando defasagens que o impede de seguir em frente”, diz Jeanny Rose Manccini de Oliveira, da Coordenadoria de Equidade, Família e Rede de Proteção da Secretaria Municipal da Educação.
Oferecer mais atenção às escolas que mais precisam tem rendido bons resultados. A Escola Municipal Pilarzinho, no bairro de mesmo nome, é um exemplo. O apoio do programa somado ao comprometimento da equipe de profissionais fez o Ideb da unidade saltar de 4,7 (2015) para 6,4 (2017). Com crescimento de 1,7 pontos, a escola Pilarzinho teve o maior crescimento de Ibeb entre as unidades da rede municipal.
A melhora no desempenho dos estudantes é fruto de um trabalho integrado e intensivo de profissionais, estudantes e famílias. “Temos vencido a baixa frequência que nos impedia de estar com o estudante, de percebê-lo como único em suas necessidades”, conta a diretora Siméia Araújo Brasileiro.
Jogos e atividades diferenciadas
Com estudante em sala de aula, jogos e atividades para reforçar a leitura, a escrita e o raciocínio lógico foram introduzidos e a escola afastou outro problema, a retenção.
O número de estudantes retidos baixou de dez, em 2016 para apenas um, em 2017. Receber cada estudante no portão, ligar para os que faltaram e até visitar as famílias para resgatar os ausentes se somaram às formações continuadas dos professores e a adequação metodológica, com foco na leitura, compreensão e interpretação de textos, incluindo os problemas matemáticos.
A implantação de oficina de música, de atividades de educação ambiental, aproveitando a horta como recurso pedagógico motivador, recreios na biblioteca e momentos culturais semanais transformaram a escola em um dos espaços mais agradáveis para os estudantes.
Guilherme Prado, 11 anos, gosta da escola onde estuda. “Estudar aqui e ter as aulas de apoio é muito bom. Aprendo mais com os jogos do que na sala de aula”, conta o estudante.
Eles chegou à escola este ano, transferido de cidade, e com defasagens de leitura e escrita. Além do apoio pedagógico foi encaminhado para pedagogia especializada no Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado (CMAEE) Maria do Carmo Pacheco e para atendimentos com psicólogo e neurologista. “A parceria da escola com uma rede de apoio que inclui Rede de Proteção, os CMAEEs, Unidades de Saúde também nos trouxeram ganhos fundamentais para a melhoria da aprendizagem dos nossos estudantes”, avalia a vice-diretora, Sueli Bazani.