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Educação científica

Aluno de escola da Prefeitura concorre a desafio de tecnologia da Nasa

A equipe do estudante Marcos Mateus Garrido Mello, da Escola Municipal Albert Schweitzer, na CIC, participa da etapa global do hackathon da Nasa. -Na imagem, aula no laboratório de ciências da Escola. Curitiba, 12/05/2017 Foto: Valdecir Galor/SMCS

A equipe do estudante Marcos Mateus Garrido Mello, da Escola Municipal Albert Schweitzer, na CIC, participa da etapa global do hackathon da Nasa. A equipe Juno Radio, de Marcos Mateus, venceu a etapa local do Space Apps Challenge 2017, promovido pela Nasa em abril, em Curitiba. 

No Brasil, além de Curitiba, a maratona de programação da agência espacial dos EUA teve etapas em Maringá (PR), Recife (PE) e Serra (ES). No total, o hackathon da Nasa aconteceu em 187 cidades do mundo e atraiu mais de 25 mil participantes. 

A maratona de programação contava com desafios em cinco categorias relacionadas a problemas enfrentados na Terra e no espaço. A equipe de Marcos Mateus – formada por Marquistei Medeiros, Raul Guedes Carlessi, Daniel Marques e Paloma Lecheta - desenvolve o hardware do Juno Radio, instrumento construído a partir da antiga tecnologia do rádio para enviar alertas sobre incêndios florestais a regiões sem sinal de internet. O projeto já está em teste na região do Cerrado, no Centro-Oeste do Brasil, onde esse tipo de incêndio tende a ocorrer nesta época do ano.

Da Vila Nossa Senhora da Luz para o mundo

O jovem inovador Marcos Mateus tem 14 anos e está no 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Albert Schweitzer, que atende 980 estudantes. É no Laboratório de Ciências, ao lado de 34 colegas, que ele extravasa a criatividade e a curiosidade. O interesse por tecnologia, porém, se manifestou mais cedo. Quem conta é a mãe do estudante, a técnica de enfermagem Giovana Aparecida Garrido.

“Aos 2 anos ele pegou uma chave Philips do pai e desparafusou a tampa do fogão. Só ouvimos o barulho”, conta ela, que tem outras cinco filhas. Ninguém saiu ferido do episódio, mas o casal começou a prestar mais atenção no filho. Ultimamente, segundo Giovana, ele transformou um ventilador em triturador de milho. “Ele desmonta coisas e dá novas utilidades a elas com a maior facilidade”, justifica.

A curiosidade científica, aliada à hiperatividade de Mateus, foram identificadas mais tarde pela psicóloga do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) da Unidade de Saúde Barigui, na Regional CIC, onde vive a família do menino. A profissional de saúde recomendou a Giovana que levasse o filho para fazer atividades onde ele pudesse canalizar o potencial e foi logo atendida.

Preocupada com o bem-estar dos filhos, encontrou vaga para o menino na organização não governamental Projeto Vida. A equipe da entidade logo percebeu o talento do menino e tratou de encaminhá-lo para o grupo de estimulação de talentos da empresa Bosch, que se apresentou ao desafio da agência norte-americana.

A expectativa do adolescente, agora, é conhecer o centro de visitantes da Nasa na Flórida – prêmio destinado somente aos melhores. Como ainda é muito jovem, Mateus não sabe o que quer fazer profissionalmente. A mãe, porém, lembra que aos 9 anos ele dizia que queria ser Engenheiro e trabalhar na Nasa.

Festejado pelos colegas de sala de aula e centro das atenções desde o anúncio do resultado da maratona, em abril, o menino se mostra discreto e interessado nas atividades escolares. No Laboratório de Ciências, não perdeu um detalhe da experiência com gelo seco proposta pelas professoras e biólogas Elaine Cruz Kovaleski e Halina Heyse, responsáveis pela unidade.

“Oferecemos as melhores condições para que, como o Mateus, todos tenham acesso à formação científica que muitos só verão na faculdade”, frisa Elaine, a professora responsável pelas atividades da unidade pela manhã.

Educação de primeira linha

Ao lado dos laboratórios de Inglês, Matemática, Artes e História – todos identificados por placas grafadas em Inglês e Português – o de Ciências é prioridade para a diretora da escola, Eliane Fanini Meduna. Ela começou a trabalhar em escolas da Prefeitura como professora de Português.

Foi com o empenho dela e a boa vontade de um tio projetista que o Laboratório de Ciências ganhou seis mesas sextavadas com tampo de granito. Já o de Arte tem um palco para as aulas de teatro, onde os estudantes só sobem depois de absorverem muita informação por meio de leituras e filmes. Essa semana, antes de entrar em contato com a dramaturgia do alemão Bertold Brecht, a meninada assistiu a um filme sobre o Nazismo - regime que perseguiu o dramaturgo.