A Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) foi certificada, pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), como entidade parceira da causa em favor da Infância e da Juventude no Estado. O reconhecimento foi proposto pela Comissão de Defesa da Criança, do Adolescente, do Idoso e da Pessoa com Deficiência (Criai) do Legislativo estadual.
A homenagem foi prestada dentro da Semana Estadual da Adoção, durante audiência pública que reuniu órgãos públicos, ONGs e sociedade civil para debate sobre adoção e apadrinhamento afetivo. O evento, liderado pelo presidente da Criai, deputado Cobra Repórter, ocorreu na manhã da quarta-feira (22), no plenário da Assembleia.
“É uma grande oportunidade participar da evolução de nossa cidade neste campo e receber esse reconhecimento justamente durante um evento que chama a população para pensar e repensar a situação de tantas crianças e adolescentes carentes que aguardam por um lar", disse o presidente da FAS, Thiago Ferro. Para ele, isso mostra a consciência de que os problemas sociais precisam ser tratados de forma coletiva para alcançar soluções justas e efetivas.
Adoção e apadrinhamento
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) evidenciam uma das maiores problemáticas existentes no sistema brasileiro de adoções. Enquanto números mostram que a quantidade de pessoas habilitadas para adotar é oito vezes maior que a quantidade de crianças e adolescentes aptos para serem adotados, a realidade exibe um grande desencontro de expectativas.
Entre os pretendentes, a preferência da maioria é pela faixa etária de até três anos. Entretanto, dos que aguardam uma nova família, mais de 67% têm idade entre sete e 17 anos. Só no Paraná, são 269 adolescentes em situação de acolhimento e com remotas chances de adoção; caso não tenham a oportunidade de um novo lar, os abrigos só poderão mantê-los até os 18 anos.
Na audiência pública, o promotor da Infância e Juventude da Comarca de Araucária, David Kerber de Aguiar, e a responsável pela 2ª Promotoria de Crianças e Adolescentes de Curitiba, Mariana Seifert Bazzo, dividiram a tribuna para explicar que o programa de Apadrinhamento Afetivo é uma alternativa para os casos de crianças de faixas etárias a partir de 10 anos de idade.
Segundo eles, o apadrinhamento, em qualquer de suas modalidades, pode ajudar a dar um futuro às crianças e adolescentes em situação de risco. A iniciativa visa a promover vínculos afetivos seguros e duradouros entre pessoas da comunidade que se dispõem a ser padrinhos e madrinhas de meninos e meninas acolhidos, oferecendo, além da afetividade, apoio financeiro ou profissional.
Experiências
Durante toda a manhã, diversos caminhos foram apresentados. Projetos como o Adote, do Tribunal de Justiça do Paraná; Adote um Boa Noite, de São Paulo, e Encontro, também paranaense, foram citados como referência.
A audiência levou depoimentos de adultos que já vivenciaram as oportunidades que a adoção e o apadrinhamento infantil podem gerar na vida das pessoas. O reato do arquiteto Luiz Maganhoto e seu companheiro Daniel Casagrande, pais adotivos de um casal de crianças foi destaque no evento. Eles estiveram entre os homenageados pela Criai, junto com a FAS e outros representantes dos setores público, não governamental e privado que desenvolvem ações em favor da Infância e da Juventude.
Também participaram da solenidade a vice-presidente da Criai, deputada Cantora Mara Lima; a representante do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, Letícia Comim; o defensor público geral do Paraná, Eduardo Abraão; o representante do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Rui Muggiati; a representante do Ministério Público do Paraná, promotora Luciana Linero, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Péricles de Mattos, representando o secretário de Estado da Segurança Pública, general Luiz Felipe Carbonell, além dos deputados Alexandre Amaro, Subtenente Everton, Delegado Jacovós, Gilson de Souza e Evandro Araújo.