A quadra de esportes da Rua da Cidadania Fazendinha/Portão ganhou uma decoração especial na quarta-feira (26/2), com confetes, serpentinas e bonecos gigantes coloridos. Ela foi palco do 1º Carnaval da Inclusão, promovido pela Administração Regional, Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Fundação de Ação Social (FAS), Guarda Municipal e Secretaria Municipal da Educação.
O aposentado Cláudio Belmurdes preparou a fantasia e foi participar da folia. Com a ajuda de um andador, ele puxou a fila do trenzinho e garantiu a animação do grupo de amigos da Associação Inclusive nas Artes, Centro de Artes, Cultura e Inclusão, um dos parceiros na organização do evento. Pernambucano, ele mora há 12 anos em Curitiba e garante que o frevo, ritmo musical que surgiu em Pernambuco no século 19, ainda corre forte nas veias.
“Já dancei muito frevo, o ritmo está no meu sangue, pois sou pernambucano. Estou sempre animado e feliz, principalmente no carnaval. Não vou deixar que a doença, o Parkinson, me deixe desanimado”, afirmou Belmurdes.
O administrador da Regional Fazendinha/Portão destaca a importância da folia inclusiva para as pessoas com deficiência.
“As crianças e os adultos com deficiência ou com Transtorno do Espectro Autista (TEA) não têm oportunidade de participar da festa do carnaval. Eles nunca foram convidados para a festa e por isso decidimos fazer este evento, só para eles curtirem a folia”, explicou Reis.
A diretora do Departamento de Direitos da Pessoa com Deficiência, Elyse Matos, ressalta que todas as pessoas com deficiência têm o direito de vivenciar o bairro e a cidade.
“A inclusão é estarmos todos juntos, e colocarmos a pauta dos direitos das pessoas com deficiência e o tema da inclusão para serem debatidos com toda a sociedade”, disse Matos.
Interação
O policial civil Paulo Antônio Bressan trabalhou como voluntário no evento e levou o filho Miguel, que é autista, para participar da folia. O pai considera que eventos como esse são fundamentais para que o filho, de 17 anos, possa interagir com outras pessoas. “Esses espaços proporcionam que ele possa conhecer outras pessoas, e como o Miguel não tem problemas com barulho e adora dançar, para ele tudo acaba sendo uma grande festa. Temos que cuidar do ser humano também”, revelou Bressan.
Miguel deu um show à parte durante a apresentação do artista voluntário da festa, André Jacson, que fez uma performance do cantor, compositor e dançarino americano Michael Jackson.
A diretora da Escola de Educação Especial Vivian Marçal, Viviane Arcega Maciano, comemorou que os alunos possam estar com a comunidade, pertencendo a esse grupo tão animado.
"Inclusão significa todos juntos, reunidos e festejando momentos de muita alegria para eles como este”, contou entusiasmada Maciano.
Lara Rodrigues Alvim é mãe atípica, diretora social do Instituto Anjo Azul e presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg CIC Norte do Fazendinha) e se dedicou muito para a realização do evento, que para ela significa a realização de um sonho. Lara procurou a regional com a ideia da festa da inclusão no começo do ano, todos se uniram e o sonho se tornou realidade, ressaltou.
“ É um privilégio a Prefeitura, através da regional, proporcionar esse momento de festividade para os familiares e para as pessoas com deficiência. Durante uma reunião, eu comentei qual seria a possibilidade de um bloco inclusivo com as escolas especiais do município e hoje acontece essa festa linda", disse Lara.
O grupo do Centro de Atividade da Pessoa Idosa (Cati) Água Verde, da FAS, também esteve no evento.
Parcerias
A realização do 1º Carnaval Inclusivo contou com a parceria da Polícia Militar e Civil do Paraná, da Associação Inclusive nas Artes, Centro de Artes, Cultura e Inclusão, do Instituto Anjo Azul, da Escola de Educação Especial Vivian Marçal e do Conselho Comunitário de Segurança CIC- Norte do Fazendinha e Escola de Samba Mocidade Azul.