Dos 71 anos que completa nesta sexta-feira (27/6), José Dirceu de Matos dedicou 30 à cidade de Curitiba. Atual administrador da Regional Santa Felicidade, nomeado pelo prefeito Eduardo Pimentel no início do ano, Matos já passou por nove das dez estruturas que levam os serviços da Prefeitura aos bairros.
Matos só não trabalhou na Regional Boa Vista. O que não significa, claro, que não conheça muito bem a região. Autoridade adquirida em três décadas circulando pela cidade, sempre a partir da Rua Major Fabriciano do Rego Barros, na Vila Hauer, onde reside desde 1980, pouco após ter chegado à capital vindo do interior do Paraná.
“Quando eu comecei, o Bairro Novo, por exemplo, era praticamente só um gramado. Lembro que fizemos pontes que pareciam não levar a lugar nenhum, mas eu sabia que ali viria um bairro. Vi essa cidade crescer. Participei disso”, comenta Dirceu, que é natural de Mandaguari, cidade próxima à Londrina, cerca de 400 km de Curitiba.
A trajetória do paranaense na Prefeitura iniciou em 1993, quando Matos foi indicado pelo prefeito Rafael Greca para a assumir a regional do Boqueirão, a primeira da cidade. Desde então, o perfil das demandas junto à administração municipal passou por transformações significativas, com o avanço da urbanização e a consolidação de bairros afastados do Centro.
“A primeira demanda era sempre o manilhamento. Depois, veio o antipó, o asfalto. As pessoas procuravam, inicialmente, suprir essas necessidades de infraestrutura básica, no portão de casa. E a Prefeitura precisa funcionar fazendo esse balanço do que a população e a cidade de uma forma geral entendem como prioridade”, diz Matos.
Dirceu passou por Boqueirão, Santa Felicidade, Pinheirinho, Portão, CIC, Bairro Novo, Tatuquara, Cajuru e, antes de retornar ao bairro mais italiano de Curitiba, dirigiu a Regional Matriz. O sucesso ao longo da trajetória é creditado ao estilo de administração definido por ele como “porta aberta”, com atendimento direto à população.
“Por muito tempo, não havia nem computador. Era só no telefone e no corpo a corpo com as pessoas, que vinham e faziam fila na porta da minha sala. Mesmo assim, era possível atender a todos. E hoje, com WhatsApp e a tecnologia, eu entendo que facilitou ainda mais. Passo o dia respondendo as mensagens”, comenta.
Primeiro prefeito a indicar Dirceu, Rafael Greca exalta o parceiro de trabalho e amigo desde o começo dos anos 90. O agora secretário Estadual de Desenvolvimento Sustentável do Paraná, eleito prefeito de Curitiba para três mandatos, considera que o aniversariante sabe governar e servir o povo curitibano.
“Ao longo desses 30 anos, ele, várias vezes, ocupou cargos em regionais. Foi muito diligente quando dirigiu a regional do Centro e revitalizou a Rua da Cidadania, com a criação do Restaurante Popular da praça, foi também muito valioso na criação das Mesas Solidárias. Agora, na Regional Santa Felicidade, o Dirceu tem toda a condição de dar àquele bairro tão querido e mais que centenário o rosto curitibano que merece”, declara Greca.
Na rotina diária, Dirceu divide diversas tarefas com Gabriel Mattos, chefe de gabinete da Regional Santa Felicidade, que apesar do sobrenome, não é parente. Gabriel, que assumiu o cargo no início deste ano, destaca o estilo do administrador:
“Já conheço o Dirceu há alguns anos e sempre admirei sua dedicação. Ele coloca o coração em tudo o que faz. Para a minha vida profissional, essa oportunidade é um verdadeiro presente, uma escola diária de aprendizado, generosidade e liderança”, afirma.
Quanto ao futuro, Matos evita traçar planos. Seu foco é desempenhar o melhor papel neste início de gestão do prefeito Eduardo Pimentel.
“Vivi tudo isso com gratidão. A cidade me acolheu, e eu retribuí com trabalho. O prefeito Eduardo é jovem, mas tem experiência e equilíbrio. É um grande prefeito.”
Vida pessoal
Nascido em 27 de junho de 1954, Dirceu passou a infância em Inajá, Cruzeiro do Sul e Formosa do Oeste, onde sua família cultivava café. Durante a juventude, frequentou seminários com a intenção de se tornar padre. Mais tarde, desistiu da vocação religiosa e ingressou no serviço militar, chegando à patente de cabo no Exército Brasileiro.
Antes de ingressar na Prefeitura, trabalhou no Banestado, o antigo banco estadual do Paraná, e em empresas tradicionais como Minerva e Café Damasco, onde acumulou experiência em vendas, gestão e implantação de sistemas. Fundou ainda sua própria empresa de mecânica de caminhões e, posteriormente, uma imobiliária.
É viúvo de Marli Terezinha de Matos, com quem teve dois filhos, Carine e Anderson.