Primeiro é mata barata: pá, pá. Depois trotar de cavalo, vai acelerando, joga os pés pro lado, joga os dois braços pra um lado, quadril para o outro, dois braços para o outro lado, quadril ao contrário, acelera e vai. É assim que Marcinha, a Rainha do Carnaval de Curitiba 2013, equilibrada num salto bem alto, ensina como é que se samba de verdade, para ganhar concurso.
Marcia Aparecida de Souza, 48 anos confessos, sete filhos – cinco próprios, dois adotivos – e cinco netos, corpo enxuto e rosto jovem, é veteraníssima no Cortejo Real do Carnaval de Curitiba. “Tudo começou em 1998, no antigo Operário, tirei terceiro lugar. No ano seguinte fiquei em segundo e fui rainha pela primeira vez em 2000. Pelos meus cálculos, são seis anos de rainha e sete de princesa: 13. Meu número é 13, nasci no dia 13 e estamos em 2013”, constata, maravilhada com as coincidências que apontam um alto astral.
Quem vê Marcinha a cada concurso diz que “não tem pra ninguém”. Ela é unanimidade, a fantasia vale uns R$ 6 mil e transborda plumas, algumas cirurgias plásticas dão conta do corpão, ela samba e derrama alegria. Ganha sempre.
A Marcinha que adora ser rainha é casada “há quase 30 anos” com o francês Jacques Coutant – morou por cinco anos em Lyon, na França. Ele “não é de carnaval” e ela ainda não tem certeza se deixa uma herdeira para o samba, porque a única possível “é uma menina bem light”. Enquanto isso, Marcinha reina absoluta, dona de uma receita imbatível de sucesso: “simpatia, desenvoltura e uma boa fantasia”. Acima de tudo, “amor de verdade ao Carnaval”.