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Conservação da fauna

Zoo de Curitiba vai abrigar filhote órfã de monocarvoeiro vinda do RS

Monaliza, uma filhote de monocarvoeiro ou muriqui-do-sul com cerca de quatro meses de vida, está se preparando para morar no Zoológico de Curitiba. Curitiba, 12/03/2020. Foto: Lucilia Guimarães/SMCS

 

Monaliza, uma filhote de monocarvoeiro ou muriqui-do-sul com cerca de quatro meses de vida, está se preparando para morar no Zoológico de Curitiba,  no Alto BoqueirÃO. Ela é órfã e foi destinada à capital paranaense, vinda do Rio Grande do Sul, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no final do ano passado.

“Ela ficou sob nossos cuidados em razão de já termos experiência no manejo da espécie", conta o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo. "Contamos com programa de reprodução vinculado ao plano nacional de manejo da espécie”, explica.

Mas foi apenas nesta semana que a responsável pelo grupo de trabalho nacional para a conservação fora da natureza dos mono-carvoeiros confirmou que o Zoo de Curitiba será a nova casa da pequena primata. Ao anunciar a decisão, a studbook keeper (especialista) da espécie Cecília Pessuti ressaltou o bom estado de saúde do animal e parabenizou os responsáveis pelo manejo.

Antes de ir para o recinto na unidade de conservação e se juntar aos outros exemplares da espécie, ela continua sob os cuidados da equipe no setor técnico do Passeio Público. Ainda não há data prevista para a transferência.

Padrinho

No Brasil, além de Curitiba, apenas o Zoo de Sorocaba mantém grupos reprodutivos de muriquis-do-sul, espécie classificada como criticamente ameaçada quanto ao risco de extinção e que conta com menos de 25 indivíduos mantidos atualmente sob cuidados humanos.

A instituição foi escolhida para escrever sobre ações de Educação Ambiental para reforçar a conservação do primata em um livro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A escolha do Zoo de Curitiba como padrinho da espécie foi feita durante um encontro de educadores ambientais em Pomerode (SC), em setembro do ano passado, promovido pela Associação dos Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab). Cada uma das 25 espécies ameaçadas que fazem parte dos grupos de trabalho nacionais de conservação tem um padrinho entre as instituições que estiveram no evento.

“A nós cabe produzir conteúdo sobre a preservação do muriqui, um dos oito animais ameaçados que mantemos no Zoo de Curitiba”, lembra a chefe da Divisão de Educação para Conservação da Fauna, Cláudia Bosa, que representou o Zoo no encontro de educadores ambientais.

 

Reprodução fora da natureza

No Zoo, já há cinco da espécie que passam pelos cuidados especiais do programa de conservação – como manejo do recinto e alimentação. Entre eles, há um filhote nascido em 2018, do casal Fernanda e Aguirre.

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, a perda de hábitat e a caça são fatores que contribuem para que a espécie seja classificada como ‘em perigo’ na escala de extinção.