Os curitibanos que participam da escolha das prioridades para a cidade pelo Fala Curitiba, programa de consultas públicas da Prefeitura, devem saber o nome da regional onde o seu bairro está incluído, se decidirem participar pela internet. A votação por meio das fichas em papel terminou domingo (1º/8). Pela internet, ela segue até o dia 8 de agosto.
Depois de acessar o sistema, o participante pode identificar a regional a partir da lista de bairros que correspondem a cada uma delas. Curitiba está dividida em dez regionais.
A recomendação da equipe do Instituto Municipal de Administração Pública (Imap), que coordena o programa, é para que o cidadão comece votando na regional onde mora. Se quiser continuar, basta escolher outra regional, que pode ser aquela do bairro onde trabalha, ou da região que costuma frequentar. Pela internet, o curitibano pode votar em quantas regionais quiser.
Na etapa anterior, 22,6 mil cidadãos manifestaram as demandas que consideram importantes. As 300 propostas das dez regionais de Curitiba nesta etapa são resultado da análise prévia dos técnicos das administrações regionais e as das secretarias e órgãos da Prefeitura, que estudaram os pedidos e verificaram sua viabilidade técnica, orçamentária e se a atribuição seria da Prefeitura de Curitiba.
Reconhecer a sua regional é também um dado importante para o cidadão que precisa buscar os serviços públicos municipais. “Isso facilita a interlocução com a Prefeitura”, avalia a diretora de Planejamento, Pesquisa e Inovação do Imap, Adriane Cristina dos Santos.
Ainda assim, muitos cidadãos não conhecem a regional do bairro em que moram e qual a Rua da Cidadania mais próxima. Este é o caso de Bruna Dambrate e Ellen de Souza, que fazem parte da regional Boa Vista e não sabiam a função das administrações regionais.
Ellen tem 22 anos, mora no bairro Tingui e trabalha ao lado da Rua da Cidadania Boa Vista. Ela precisou criar um novo cartão-transporte e foi até a Rua da Cidadania da Regional Matriz, na Praça Rui Barbosa.
“Eu não sabia que as Ruas da Cidadania fazem esse serviço, eu pensava que era só lá na Matriz. A gente acaba confundindo o significado de regional com o de bairro, já que alguns têm o mesmo nome”, relatou.
Adriane destaca que a proximidade entre cidadão e regional é fundamental, já que os administradores regionais conhecem toda a área. “Daí a importância de o cidadão estabelecer esse vínculo, dialogar com a equipe da regional. O conhecimento do administrador ao longo do tempo ajuda no momento de análise das propostas encaminhadas pelo cidadão ao Fala Curitiba”, avalia.
A administradora Janaína Lopes Gehr, da Regional Boa Vista, aponta que neste ano todas as regionais trabalharam fortemente na divulgação do Fala Curitiba.
“Tentamos conscientizar as pessoas e mostrar que é importante buscar a melhoria das regionais. Porque é nas regionais, nas Ruas da Cidadania, que as pessoas resolvem algumas situações relacionadas à vida na cidade”, explica a administradora.
Por que é assim
A divisão da cidade em regionais é ferramenta de planejamento urbano da cidade e precisa ser estudada de diferentes formas. O agrupamento dos bairros que formam a regional ajuda a Prefeitura na definição da oferta e localização dos equipamentos públicos municipais, como escolas, creches, unidades de saúde, armazéns da família, auxiliam na manutenção urbana, permitem a organização dos projetos dentro da área da regional.
Mais do que a simples proximidade dos bairros, os estudos desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) analisam as características dos bairros, o comportamento dos cidadãos que moram naquela região, a afinidade entre as comunidades, consideram a população que vive naqueles bairros, de modo que haja equilíbrio entre as regionais, facilitando a sua administração.
Sob medida
A diretora de Projetos do Ippuc, Célia Bim, observa que a cidade é dinâmica e de tempos em tempos pode haver necessidade de novos estudos. Atualmente, estão em andamento os planos regionais das dez administrações. Eles fazem parte do Plano Diretor da cidade.
“O objetivo é fortalecer a identidade de cada regional. Cada uma delas, individualmente, é objeto do estudo e, para isso, levamos em conta o conhecimento acumulado ao longo dos anos, a partir das manifestações do cidadão, que chegam pelo 156, pelo contato com as administrações regionais, pela adesão a programas como o Fala Curitiba”, explica.
“A participação do curitibano nos ajuda nesta construção. Cada plano revelará determinada regional, com as estratégias e diretrizes a serem desenvolvidas em curto, médio e longo prazo”, completa.
A arquiteta lembra que embora saiba o bairro onde mora, nem sempre o cidadão reconhece os limites do seu bairro, até onde ele vai. Em alguns casos, a delimitação é clara, como quando os limites se dão por meio de um rio ou uma rodovia que divide os bairros, por exemplo. De modo geral, as ruas fazem a divisão.
Futuramente, a expectativa do Ippuc é facilitar essa informação por meio das placas das ruas. Está em andamento um estudo que pretende identificar as regionais por cores.