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Apaixonada por quebra-cabeças, servidora aplica a habilidade na rotina de trabalho

A servidora Cliceia Bogusz Pereira do Arquivo Público, mostra como são feitos os sachês antimofo. Na Imagem Cliceia Bogusz Pereira, embalagem de feltro. Curitiba, 13/05/2019. Foto: Levy Ferreira/SMCS.

A facilidade para montar quebra-cabeças tem contribuído para o bom desempenho da rotina profissional da servidora Cliceia Bogusz Pereira, da Gerência de Preservação e Conservação do Departamento de Arquivo Público, unidade da Secretaria de Planejamento e Administração da Prefeitura de Curitiba.

O Arquivo Público é responsável pela guarda e pela definição da política de preservação dos documentos administrativos da cidade.

Sua identificação com quebra-cabeças vem desde a infância. Aos 8 anos de idade, ela se encantou pela brincadeira. No trabalho, foi a partir de 2007 que Cliceia, que é servidora há 25 anos, passou a lidar com os antigos documentos, que precisavam ser reconstituídos e estabilizados antes da sua guarda.

Munida de instrumentos como pinça, tesoura cirúrgica, bisturi cirúrgico, estilete, espátula, alicate, lupas e pincéis, ela reagrupa os fragmentos que compõem leis, decretos, portarias, livros que guardam a história da cidade e precisam ser preservados.

"Às vezes recebemos livros que chegam bastante danificados, com retalhos das páginas, algumas vezes, fragmentos bem pequenos. Os pedaços de papel remontam a informação. É muito desafiador e prazeroso", declara Cliceia.

Em alguns casos, quando não é possível fazer a reconstituição, o documento pode ser apenas estabilizado, etapa em que bordas e pequenos furos são cobertos com uma massa feita de polpa de celulose e cola de metil. A estabilização é necessária para que não haja mais desgaste do papel.

Concentração e paciência

Cliceia descreve sua atividade profissional como desafiadora. "Gosto muito do que faço, mas tem que ter dom para esta atividade, que exige concentração e paciência. Acima de tudo, é um trabalho de muita responsabilidade, pois lidamos com documentos que pertencem à cidade e que precisam ser preservados. Um fragmento colocado de forma errada pode mudar totalmente o contexto do documento e não fazer mais sentido", diz a servidora.

Após a separação dos fragmentos, antes de finalizar a reconstituição, o documento fica em repouso por mais um dia para a realização de uma segunda conferência, conforme explica Cliceia. Depois, o documento é armazenado em um local adequado conforme sua importância histórica ou de acordo com a tabela de temporalidade, para que fiquem acessíveis aos interessados, sejam pesquisadores ou a sociedade em geral.

Em casa, Cliceia hoje incentiva os netos que têm 2,5 e 9 anos a montar quebra-cabeças, de acordo com a faixa etária de cada um. "Eu mesma me divirto hoje com as palavras cruzadas", revela.


Sachês aromáticos afastam insetos e diminuem o cheiro ácido do papel

Para preservar o vasto acervo do Arquivo Público, a servidora Cliceia Pereira confecciona sachês aromáticos que ficam espalhados pelos dois galpões de 10 mil metros lineares, no bairro Cidade Industrial, e que guardam 75 mil caixas de documentos. São 9,9 mil metros lineares de documentos textuais e cerca de 14,2 mil rolos de microfilme, material fotográfico, negativos e slides.

As pequenas bolsas de tecido com produtos naturais e farmacêuticos amarradas no alto das estantes servem para espantar os insetos que podem se desenvolver em meio a tanto papel, como é o caso do Arquivo Público. A receita ameniza o cheiro ácido do papel e afasta o mofo.

Os sachês do Arquivo Público também podem ser usados em casa, em meio às roupas, livros e documentos que ficam guardados. A recomendação da Cliceia é trocar a cada três meses ou quando o sachê deixar de exalar o cheiro do cravo.

Saiba como fazer os sachês 

Você vai precisar de

TNT (tecido não tecido) ou morim (feito de algodão e usado em forros)

Cravo-da-índia em flor (rama)

Essência de cravo (você também pode usar óleo de eucalipto, de menta ou de cedro)

Algodão

Óleo de citronela

Louro

Cânfora

Seringa ou outro medidor

Barbante

Como fazer
Os saquinhos podem ser costurados à mão e medem aproximadamente 12 cm x 16 cm.

Você vai rechear cada saquinho colocando duas colheres de sobremesa de cravo e 5 a 6 folhas de louro.

Pegue um chumaço de algodão e coloque 5 ml de essência de cravo e 3 a 4 gotas do óleo de citronela.

Pegue duas pedrinhas de cânfora e envolva no algodão.

Guarde o algodão preparado dentro do saquinho.

Amarre o saquinho com barbante e distribua os sachês nos ambientes ou móveis que estão expostos ao mofo ou aos insetos.