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Histórias em imagens

Rekòmanse é o Haiti sob o olhar do fotógrafo Brunno Covello

Viagem para o Haiti. Cap Haitien, Citadelle Henry. 10/09/2016 Foto: Brunno Covello

Ao circular pelas ruas de Curitiba é comum encontrar pessoas conversando em uma língua pouco conhecida pelos brasileiros, o crioulo haitiano ou crèole, língua oficial do Haiti. Alguns deles, já arriscam palavras em português com o sotaque arrastado, mostrando que, aos poucos, se incorporam à rotina do Brasil.

Um pouco da vida dos imigrantes haitianos pode ser conhecido na exposição Rekòmanse - Outras Faces, Outras Histórias, que o fotógrafo Brunno Covello abre nesta terça-feira (21), às 19h, no Museu da Fotografia Cidade de Curitiba.

Na mostra será lançado o livro de mesmo título, traduzido para o crèole e para o inglês. “Com este trabalho quero trazer a energia positiva, a alegria e o colorido deste povo que, apesar das dificuldades, tem muito orgulho da sua história. O Haiti é o primeiro país negro independente das Américas”, diz Brunno. 

O começo

Conhecer um pouco mais sobre estas pessoas, a vivência na capital paranaense e na Região Metropolitana, foi pauta para o jornalista Felippe Aníbal e para o fotógrafo Brunno Covello em 2014. “Fomos escalados para fazer uma reportagem sobre xenofobia e agressões sofridas por haitianos no ambiente de trabalho”, conta Aníbal.

Brunno foi além. “Com lentes em punho, começou a acompanhar a rotina dos migrantes do Haiti que aportavam em Curitiba e Região Metropolitana. Algo lhe dizia, no entanto, que precisava continuar, que precisava ir além. Mas ir para onde? Foi para dentro. Mais que clicá-los, emergiu naquele universo”, recorda Fellipe.

Desde então, sensibilizado com os relatos, Brunno passou a conviver com os imigrantes. “Eu queria mais que a pauta do dia a dia, eu queria buscar histórias e comecei a me aproximar dos haitianos”.

Brunno lembra que passou por um processo longo de imersão e respeito ao ser humano. “No começo, houve desconfiança, por motivos óbvios. Comecei fotografando festas. Depois entrei na rotina deles; no trabalho, na partida de futebol, enfim no dia a dia que é igual ao nosso, cheio de altos e baixos”, conta ele.

Para ir além, o fotógrafo decidiu conhecer o Haiti e, com o apoio da Caixa Econômica Federal, seguiu viagem, acompanhado do amigo Marthatias Barthelus. Para lá, levou sete retratos aos familiares do haitiano que não vieram para o Brasil. De lá, ele trouxe outros sete retratos. “Tentei fazer uma conexão através das fotos. Essas são as únicas em preto e branco. Transformar a emoção das pessoas, fazer pequenas mudanças, é uma das funções da fotografia.”

Mas Brunno quer mais, ele quer contribuir para a desconstrução da imagem de que o Haiti é um país pobre e violento. “Pretendo mostrar quem são os haitianos, mostrar a cultura, a religiosidade, as belezas daquele país, muito além da violência e miséria. Este trabalho é um grande aprendizado.”

Serviço:

Exposição Rekòmanse - Outras Faces, Outras Históriasdo fotógrafo Brunno Covello.
Abertura nesta terça-feira (21), às 19h, no Museu da Fotografia Cidade de Curitiba.
Endereço: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 - Solar do Barão - Centro.
Telefone: (41) 3321-3367
Email: museudafotografia@fcc.curitiba.pr.gov.br
Período de Funcionamento: Manhã, Tarde
Horário: 
• De terça à sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18h; 
• Sábado e domingo, das 12h às 18h.