O prefeito Gustavo Fruet assinou na tarde deste sábado (25) o decreto de aprovação do loteamento da Vila Verde, no CIC. O documento era aguardado há mais de 30 anos pelas 2.337 famílias que moram no local. Após a assinatura, a vila passa a estar regularizada junto ao município, o que permite que os moradores obtenham as escrituras de propriedade dos lotes.
“Estamos cumprindo a mais antiga reivindicação desta comunidade. Desde que assumi nós reativamos o Armazém da Família da Vila Verde, revitalizamos a praça central e realizamos muitas melhorias, mas ainda faltava o principal, que era regularizar a área para garantir juridicamente a titularidade dos lotes", destacou Fruet. "Temos feito grandes regularizações pela cidade. Com esta da Vila Verde ultrapassamos os 12 mil lotes regularizados desde 2013, número superior ao que foi feito nos 10 anos anteriores.”
Localizada em uma área de 840 mil metros quadrados pertencente à Curitiba S.A, a Vila Verde começou a ser ocupada em 1984, quando a Prefeitura realizou a primeira destinação de lotes no chamado Vila Verde I. Nos anos seguintes, a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) deu sequência à produção de lotes, para atendimento a famílias de diversas áreas irregulares do município, bem como famílias inscritas na fila de pretendentes.
Devido a problemas de histórico documental, desmembramentos de matrículas, penhoras e outros entraves burocráticos, apesar de totalmente urbanizada, a Vila Verde permanecia irregular perante o Município. “É como se as mais de 2 mil famílias morassem todas no mesmo terreno. O trabalho conjunto de diversas secretarias possibilitou a divisão da área em 2.337 matrículas diferentes, para que cada família possa de fato ser dona do seu pedaço”, explica o presidente da Cohab, Ubiraci Rodrigues.
Pioneiros
O aposentado Francisco Peres, 70 anos, e a esposa Zenite estão entre os primeiros que se instalaram na região. Junto com os cinco filhos, que na época tinham entre dois e 13 anos de idade, o casal chegou à Vila Verde em 1985. Com as próprias mãos Francisco fez a primeira casa de madeira. “Onde hoje é minha casa era um terreno vazio. Aos poucos fui construindo e deixando tudo do meu jeito”, lembra ele.
As fotos antigas mostram a casa de madeira, com um pequena venda em frente. "Eu trabalhava como pedreiro e minha esposa cuidava da venda e assim fomos crescendo”, lembra. Hoje vivem em um grande sobrado, com sala comercial alugada embaixo e terceiro andar em obras. “Estou fazendo um salão de festas para comemorar com a família e quem sabe também alugar”, diz o aposentado, que não esconde a alegria em saber que em breve vai receber a escritura da sua casa.
“É o desfecho de uma história feliz. Aqui criei meus filhos e daqui nunca quero sair. Sempre acreditei que este dia chegaria, o de colocar o terreno em nosso nome”, afirma emocionado.
O também pedreiro José Silvério, 56, e a esposa Teresa, 52, foram outros que acompanharam todo o desenvolvimento da Vila Verde. “Quando chegamos não tinha quase nada, não chegava ônibus, não tinha asfalto. Era um vida sofrida. Mas sempre batalhamos e hoje estamos em boa situação. Com a escritura então, as noites de sono vão ser muito mais tranquilas”, brinca Teresa.
Praça
O evento também marcou a reinauguração da Praça Central da Vila Verde, que recebeu melhorias na quadra de esportes, colocação de alambrados e plantio de grama.
Estiveram presentes na cerimônia de assinatura do decreto de aprovação da Vila Verde e reinauguração da praça central o secretário municipal do Urbanismo, Reginaldo Cordeiro; a presidente da Curitiba S.A, Clarice Tanaka; o presidente do Ippuc, Sergio Pires; a secretária municipal de Finanças, Eleonora Fruet; a presidente da FAS, Márcia Fruet; o secretário municipal do Meio Ambiente, Renato Lima; o secretário municipal de Trrabalho e Emprego, Fernando Guedes; o presidente da Urbs, Roberto Gregório; e os vereadores Pedro Paulo, Edson do Parolin, Toninho da Farmácia e Paulo Salamni, líder do prefeito na Câmara.
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