O Parque São Francisco de Assis, no Taboão, foi o local escolhido pelo Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Prefeitura de Curitiba, nesta quarta-feira (25/6), para a soltura dos primeiros cinco pássaros apreendidos em uma megaoperação contra o tráfico internacional de animais silvestres realizada em junho. Foram soltos dois azulões, um trinca-ferro, um pássaro preto e um sabiá-una.
A operação foi feita pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), da Polícia Civil, no dia 16 de junho, com o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Foram apreendidos mais de mil animais silvestres e 16 pessoas foram presas em flagrante.
Cem animais apreendidos, entre aves, mamíferos e anfíbios, foram levados ao Centro de Apoio à Fauna Silvestre de Curitiba (Cafs), da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e outra parte foi para o Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
Local apropriado para soltura
A secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias, participou da soltura nesta quarta-feira e explicou que o Parque São Francisco de Assis foi escolhido pela mata preservada que tem.
“O parque tem uma vegetação bastante rica. A soltura desses pássaros é emblemática, porque eles foram apreendidos com o comércio ilegal de animais silvestres. Esses pássaros tinham condição de retornar à natureza e por isso foram soltos aqui”, explicou Marilza.
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Marilza Dias, secretária municipal do Meio Ambiente
O parque fica ao lado do Hospital Veterinário Municipal.
Cuidados no Cafs
A soltura dos pássaros foi possível porque todos foram acolhidos, triados e receberam cuidados para voltarem à natureza. Segundo o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo, na operação a equipe da Prefeitura deu apoio logístico e de transporte dos animais para o Centro de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs).
Desde 2019, o Centro de Apoio à Fauna Silvestre já socorreu cerca de 15 mil animais silvestres. “A soltura dos animais é o desfecho mais feliz, é sempre o que a gente busca, que eles voltem para a natureza. Os Cafs tornam mais fácil o acesso ao socorro emergencial de animais em risco e a logística de transferência e encaminhamento para empreendimentos de fauna, quando eles não puderem voltar para a natureza”, disse Evaristo.
Operação
Toda a investigação foi feita pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e contou com apoio técnico e logístico das equipes do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. A operação também teve apoio da Polícia Militar do Paraná (PMPR), das polícias civis dos quatro estados envolvidos, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Água e Terra (IAT) e de organizações ambientalistas.
A ação ocorreu simultaneamente em 12 cidades do Paraná, de Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. As ordens judiciais resultaram de uma investigação de dois anos que monitorou grupos virtuais voltados ao tráfico de animais silvestres (da fauna brasileira) e exóticos (de outras partes do mundo). Os crimes investigados são tráfico de animais, maus-tratos, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Entre os animais traficados estavam onças, tucanos, araras, macacos, serpentes, aranhas e dezenas de aves nativas e exóticas.
O delegado Guilherme Dias, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, responsável pela investigação, disse que o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, por meio do Centro de Apoio à Fauna Silvestre, foi fundamental para o sucesso da operação.
“O Cafs da Prefeitura de Curitiba é um grande parceiro da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, nós já resgatamos milhares de animais com esta união de forças. A prisão dos traficantes é importante, porém restituir a liberdade desses animais que seriam destinados a cativeiros em um ambiente indigno é a parte mais especial da operação”, disse o delegado Dias.