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Habitação

Maior parte dos moradores da Vila das Torres tem casa própria

A maior parte dos moradores da Vila das Torres tem casa própria. A constatação é possível após a leitura de relatório do Ippuc, elaborado a partir de dados do censo 2000 do IBGE. Segundo este trabalho, 673 dos 1.028 domicílios localizados no trecho compreendido entre as ruas Brasílio Itiberê e Aquelino Orestes Baglioli, na margem esquerda do rio Belém (considerando-se o sentido Curitiba-São José dos Pinhais) são próprios (65,4% do total).

Esta situação é conseqüência da atuação que a Cohab desenvolveu no local, a partir do final do final da década de 80, para promover a regularização fundiária e a urbanização. Na época da intervenção, o cadastro realizado na área constatou a existência de 767 moradias na Vila. As famílias, então, assinaram contratos com a Companhia para aquisição dos lotes onde moravam.

Hoje, a maioria delas já quitou seu imóvel e tem título de propriedade. Apenas cinco famílias (entre as 767 cadastradas pela Cohab) ainda estão realizando o pagamento das prestações, porque optaram por contratos com prazo de financiamento superior a dez anos.

A diferença entre o número de domicílios detectados no censo do IBGE e o número de moradias regularizadas (mais 261) pode ser explicada pelo acréscimo de novas construções no mesmo terreno no período entre 1990 e 2000. "Esta situação é muito comum em áreas como a Vila das Torres, onde há uma cultura que estimula membros da mesma família a compartilhar o lote", explica o presidente da Cohab, pastor Valdemir Soares. Início - Quando a Cohab começou o trabalho na Vila das Torres, a área era já uma ocupação consolidada e uma das mais antigas da cidade. Não há dados precisos quanto à data em que se deu a chegada das primeiras famílias à área. Os relatos mais freqüentes se referem à década de 60 mas, segundo técnicos da Cohab, há fotos aéreas da região datadas dos anos 50 que mostram o que seriam os primeiros barracos.

Desde 1989 até hoje, a situação da Vila das Torres mudou, a começar pelo nome. A designação atual foi escolhida em votação entre os moradores, realizada em 1995. Até então, a área era conhecida como Vila Pinto e tratada como favela. Extremamente bem localizada no contexto da cidade - apenas dois quilômetros da área central - não tinha infra-estrutura e recebeu melhorias com a urbanização promovida pela Cohab, como a instalação das redes de água, coleta e tratamento de esgoto, energia elétrica e drenagem, pavimentação de ruas e construção de equipamentos comunitários.

Formada sobre uma área de 199,4 mil metros quadrados pertencentes a diversos proprietários, a Vila das Torres exigiu, para a sua regularização, a aquisição dos terrenos pelo município. Depois, foi elaborada a planta do loteamento, observando ao máximo a disposição das famílias no interior da área. Para fazer a acomodação dentro de parâmetros urbanísticos compatíveis com a legislação municipal, algumas casas que estavam na margem do rio foram remanejadas na própria Vila.

Depois da aprovação da planta, cada família teve o seu lote individualizado, com um número de indicação fiscal. A exceção ficou por conta de cerca de 150 famílias (no total de 767), que, segundo foi verificado no cadastro, a dividiam o lote. A venda das unidades foi feita pelo sistema de condomínio, de modo a permitir atendimento no mesmo local, já que havia resistência à relocação para outra região da cidade.

O valor dos lotes foi calculado considerando-se as metragens e características de cada um: terrenos com uso comercial, melhor localizados e valorizados (por exemplo, de frente para a avenida das Torres ou para a rua Guabirotuba) tinham custo superior em relação àqueles situados nas ruas internas da Vila.Ofícios - Depois de regularização a margem esquerda da Vila das Torres, a Cohab também atuou em parte da área irregular localizada na margem oposta. Neste ponto da área foram construídas 46 unidades do programa Vilas de Ofício para atender famílias que moravam na Vila, em situação de risco, na margem do riio. Os sobrados, com área média de 40 metros quadrados, conjugam espaço para moradia e uma oficina de trabalho.

Ao lado da Vila de Ofícios, na quadra compreendida entre as ruas Felipe Camarão e Guabirotuba há outro setor da Vila das Torres, onde moram cerca de 200 famílias, onde não houve intervenção do programa habitacional. A área, com aproximadamente dez mil metros quadrados, tem características que exigem uma solução diferenciada.

Há um grande adensamento no local e um número significativo de famílias está na faixa não edificável do rio Belém. Pela localização da área na cidade, as famílias não aceitam a alternativa da transferência para outra região e, neste caso, a única possibilidade seria a verticalização (construção de predinhos no mesmo lugar). Segundo técnicos da Cohab, a concretização da proposta dependeria de financiamento para as obras.

Renda média das famílias varia entre 2 e 3 salários

Um estudo feito pelo Ippuc com base nos dados do censo 2000 do IBGE permite traçar um perfil da população que mora na Vila das Torres, no trecho que foi urbanizado pela Cohab. O trabalho foi possível com a segregação das informações coletadas em cinco distritos censitários (unidades de território criadas pelo IBGE para orientar a realização das pesquisas) dentro dos bairros do Prado Velho e Jardim Botânico.

Esta separação permitiu, por exemplo, conhecer o número exato de domicílios existentes na Vila das Torres na época do censo: 1.028. Destes, 673 (65,4%) são próprios e estavam quitados em 2000. Outros 72 (7%) estavam em processo de aquisição; 130 (12,6%) eram alugados e 139 (13,5%) eram cedidos. A totalidade dos domicílios conta com rede de abastecimento de água e coleta de lixo; 91,5% têm rede de esgoto e 86,5% contam com banheiro.

A população neste compartimento da Vila das Torres registrada pelo IBGE é de 4.231 pessoas - 50,7% são homens e 49,3% mulheres. Entre os responsáveis pelos domicílios 79,8% são alfabetizados e 20,2% não freqüentaram a escola. Entre os não alfabetizados, a maioria são mulheres. A composição das famílias inclue o cônjuge, filho ou enteado e, em alguns casos, pai, mãe ou sogros; irmãos e outros parentes e ainda a situação de agregados. A renda média mensal dos responsáveis pelos domicílios varia de 2,2 a 3,1 salários mínimos.