O sotaque de Santa Felicidade ganhou um tempero ainda mais italiano nesta quarta-feira (11/6). No encerramento do Curso de Italiano promovido pela Escola de Turismo de Curitiba em parceria com o Senac, os 17 alunos colocaram em prática tudo o que aprenderam — e em grande estilo. A turma participou de duas visitas técnicas a empreendimentos tradicionais do bairro, como ação de encerramento do curso. Uma imersão cultural repleta de aprendizado, história e sabor.
Com aulas realizadas na Casa Culpi, o curso teve início no dia 21 de maio e reuniu moradores da região e profissionais do setor de turismo e cultura. O foco é valorizar a herança italiana que faz de Santa Felicidade um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.
“No final de cada curso nós promovemos uma imersão com os alunos. Aqui em Santa Felicidade viemos trabalhar além do idioma, a cultura e história do lugar”, declarou Grécia Correa, coordenadora da Escola de Turismo.
"Buon giorno!" direto das adegas
As visitas técnicas que marcaram o encerramento oficial da formação aconteceram em dois locais da tradição italiana na cidade. A primeira parada foi na Adega Dall’armi, onde os alunos foram recebidos com entusiasmo pela Lesiane Dall’armi. Entre vinhos e histórias de família, o grupo arriscou diálogos e expressões típicas em italiano, arrancando sorrisos e elogios dos anfitriões.
A vinícola fundada em 1915 por Ângelo Dall’armi se mantém até hoje uma empresa familiar e foi a primeira vinícola brasileira a engarrafar o quentão com registro; a bebida fazia sucesso nas festas da região. A família veio de Vicenza, aportou em Santos e depois se estabeleceu no Paraná.
Mais tarde, foi a vez da tradicional Adega Durigan. Ali, a troca cultural continuou em um tour na produção e ao final a turma fez uma degustação. A produção é feita com uvas vindas do Rio Grande do Sul e o local tem capacidade para produzir até 1 milhão de litros de vinho ao ano. Alaor Ceroti, enólogo e guia na Vinícola Durigan, explicou todo o processo, desde a moagem, fermentação até o momento em que os vinhos são engarrafados.
Experiências
“Receber turistas é também saber acolher, e falar outros idiomas faz parte disso. Eu quero que todos se sintam tão bem aqui que nem queiram ir embora! Por isso decidi aprender mais línguas. Já tínhamos Libras, espanhol e inglês, e agora o italiano veio somar. O curso foi maravilhoso. A Casa Culpi tem esse calor especial, e o jeito acolhedor dos italianos conquista mesmo”, declarou Débora de Santis, guia de turismo e aluna do curso.
Em meio a um grupo formado por 15 mulheres e apenas dois homens, o professor Aroldo Martins destaca que o curso de italiano foi apenas o começo. Ele pretende seguir se aprofundando no idioma, que, segundo ele, tem grande semelhança com o português. “Cerca de 50% a 60% do vocabulário já é familiar para nós brasileiros, o que torna o aprendizado muito mais acessível”, afirma.
“Sou apaixonado por idiomas — falo sete — e o italiano era um que eu ainda não tinha estudado formalmente. Quando surgiu a chance na Casa Culpi, aproveitei. A língua tem muita semelhança com o português, o que facilita muito. O curso foi excelente. Fizemos amizades, terminamos com 17 alunos bem unidos. Parabéns ao Turismo de Curitiba pela iniciativa”, conta ele.
Nova turma à vista
O sucesso da primeira edição foi tanto que a Escola de Turismo já confirmou uma nova turma para o segundo semestre. Além do italiano, a Escola também oferece cursos de inglês, espanhol e português para estrangeiros. A iniciativa integra o compromisso do Instituto Municipal de Turismo com a valorização da cultura local e o fortalecimento do patrimônio imaterial da cidade.