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Começa a capacitação dos profissionais que atuarão na Casa da Mulher Brasileira

Com as obras da Casa da Mulher Brasileira em fase final, a Prefeitura de Curitiba, pela Secretaria da Mulher e o Instituto Municipal de Administração Pública (Imap), promove esta semana a capacitação dos profissionais que prestarão atendimento humanizado e qualificado às mulheres em situação de violência no novo espaço. Curitiba, 26/06/2016 - Foto: Valdecir Galor/SMCS

Com as obras da Casa da Mulher Brasileira em fase final, a Prefeitura de Curitiba, pela Secretaria da Mulher e o Instituto Municipal de Administração Pública (Imap), promove esta semana a capacitação dos profissionais que prestarão atendimento humanizado e qualificado às mulheres em situação de violência no novo espaço. Vão atuar na Casa servidores do Município, entre assistentes sociais, psicólogos, educadores; da Delegacia da Mulher; da Defensoria Pública do Paraná; do Ministério Público, além de profissionais contratados e voluntários, integrantes de convênios entre a Prefeitura, universidades e ONGs.

Até a próxima sexta-feira (29), o curso vai preparar os profissionais sobre os trabalhos e as competências dos diversos órgãos e serviços públicos ofertados à mulher vítima da violência, além de atualizar conteúdos referentes à Lei Maria da Penha, à preservação de provas físicas e psíquicas da violência sexual, os protocolos de atendimento, a experiência de atuação do colegiado gestor da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, MS, e Direitos Humanos, entre outros conteúdos. O treinamento está sendo realizado na Primeira Igreja Batista de Curitiba, localizada no Batel.

“A fase final da obra material marca o início de uma grande e árdua jornada que será fazer com que as mulheres se sintam de fato protegidas na cidade de Curitiba”, disse a secretária da Mulher, Roseli Isidoro. “Nosso compromisso, desde o início dos trabalhos e por orientação expressa do prefeito Gustavo Fruet, é atuar de forma firme, articulada e decisiva no enfrentamento dessa violência, para tirar da invisibilidade e fazer com que a cidade de Curitiba pudesse ter um olhar cuidadoso e trouxesse para sua pauta o drama da mulher em situação de violência”, completou.

“O Paraná continua sendo um dos estados com maior índice de violência contra a mulher, ocupando os primeiros lugares em relação ao feminicídio: desde do começo do ano passado, já aconteceram 133 casos de feminicídio no estado, sendo cerca de 40 somente em 2016”, denunciou o Procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto. “Tenho certeza de que todos que aqui se encontram, ao mesmo tempo em que assumem a responsabilidade profissional, social e ética de atuar na Casa da Mulher Brasileira, concentrarão esforços no enfrentamento a essa violência de forma a diminuir tais alarmantes estatísticas”, acrescentou.

A coordenadora das delegacias da mulher do Paraná (Codeam), Ana Cláudia Machado, informou que a estrutura da Delegacia da Mulher de Curitiba será transferida para a Casa da Mulher Brasileira. “São mais de 60 profissionais que atuarão nesse espaço dentro da delegacia especializada de atenção à mulher e será mantido o plantão de 24h, como funciona hoje”. “A Casa da Mulher Brasileira é uma conquista muito importante para enfrentar o crime da violência contra a mulher porque evita que a vítima se desloque para vários equipamentos para receber o atendimento necessário”, disse.

Fazendo a diferença

"A partir de uma rede de pessoas que têm sensibilidade, que têm visão, a gente vai fazer diferença na sociedade", disse o presidente da Primeira Igreja Batista de Curitiba, pastor Paschoal Piragine. Uma das profissionais que atuarão na Casa é a Claudinéia Vonsoski de Freitas, professora da rede municipal de ensino, que se prepara para o atendimento às crianças na Brinquedoteca. “Meu trabalho será o do acolhimento às crianças que virão até a Casa junto com as mães, muitas vezes vulnerabilizadas também por outras violências e a gente espera poder ajudar na sociabilização dessas crianças”, argumentou.

A servidora da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego, Raquel Juliana Bezerra, vai contribuir com o atendimento da Casa na prestação de um dos serviços municipais vistos como porta de saída para a violência, que é o da autonomia econômica das mulheres, para a oferta de oportunidades de trabalho e renda. “Imagino que nossa atuação vai dar oportunidade de que a mulher seja valorizada pela qualificação profissional, de forma que ela tenha a perspectiva de se recolocar no mercado de trabalho, de promover sua autoestima e sua reinclusão social”, explicou.

Karen Bittencourt, estudante de Psicologia da Universidade Positivo, define seu trabalho voluntário na Casa da Mulher Brasileira como a prestação de acolhimento para as mulheres que buscam atendimento, acompanhar os grupos que serão formados e encaminhar também algumas situações para atendimento individual no Centro de Psicologia da sua Universidade. Karen já participou de projetos que envolveram mulheres que buscavam superar traumas decorrentes do tratamento do câncer de mama. “O desafio será tentar empoderar as mulheres para que elas se libertem do ciclo da violência”, disse Karen.

A Casa da Mulher Brasileira é uma das ações do programa nacional “Mulher Viver Sem Violência”, coordenado pela Secretaria do Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. A unidade de Curitiba está situada no Bairro Cabral, tem cerca de 4 mil metros quadrados de área construída e representa um investimento de R$ 10 milhões do governo federal. Ela deverá ser inaugurada ainda no primeiro semestre deste ano.