Como uma das capitais com remanescentes de Mata Atlântica, Curitiba é signatária de uma carta em defesa do ecossistema, por iniciativa do Fórum CB27 (de Secretários do Meio Ambiente das capitais) e da Fundação SOS Mata Atlântica. O documento, divulgado em comemoração ao Dia da Mata Atlântica (27 de maio), defende a importância da preservação, principalmente para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas e ressalta a necessidade de alinhamento entre as capitais.
Para a secretária do Meio Ambiente de Curitiba, Marilza Oliveira Dias, que representa a cidade no documento, é sempre necessário e importante reafirmar esse compromisso. “Vivemos uma crise hídrica sem precedentes e é nosso dever reverter a degradação deste bioma tão importante para a vida e para a economia do país”, reforça .
A carta lembra que apenas 12,4% da área original da Mata Atlântica ainda é coberta por florestas, mas o bioma ainda é um dos mais importantes para a conservação da diversidade biológica do mundo, abrigando mais de 20 mil espécies, muitas delas ameaçadas de extinção.
Além disso, o bioma é responsável por garantir serviços ambientais e ecossistêmicos essenciais à saúde, bem-estar e ao desenvolvimento das atividades humanas e econômicas de sua população. A Mata Atlântica é a casa de 70% dos brasileiros, respondendo por 80% da economia nacional.
“Acabar com o desmatamento e restaurar ecossistemas estão entre as soluções baseadas na natureza para alcançar a meta de redução de 1,5oC na temperatura até o final do século 21”, diz a carta. “O desafio da restauração não é maior que os benefícios de mitigar as mudanças climáticas e adaptar as capitais brasileiras aos seus desafios”, completa o documento.
Ainda de acordo com a publicação do CB27, a restauração de 15% da sua área já evitaria 60% das extinções de espécies previstas, ao mesmo tempo em que sequestraria o equivalente a 30% do CO2 lançado na atmosfera desde o início da Revolução Industrial. Sua restauração também tem papel estratégico para garantir o abastecimento de água, em especial para as cidades das áreas costeiras do Brasil e de regiões metropolitanas que já se encontram em situação de insegurança hídrica.
Assinam o documento o coordenador nacional do CB27 e secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Eduardo Cavaliere; a secretária de Salvador e coordenadora-geral de Mata Atlântica, Edna de França Ferreira; o secretário de São Paulo e coordenador-regional do Sudeste, Rodrigo Ravena; o secretário de Florianópolis e coordenador-regional Sul, Fábio Braga; o secretário de Recife e coordenador-regional do Nordeste, Carlos Ribeiro; e os secretários de Aracaju, Alan Lemos; João Pessoa, Welison Araújo Silveira; e de Curitiba, Marilza Oliveira Dias.