Mais uma horta comunitária começa a ganhar forma em Curitiba. A Horta Terapêutica Visitação, no Boqueirão, será mais que um ponto de produção de hortaliças: o objetivo é que a horta seja fonte de nutrição e de cuidado para o corpo e a mente. Para isso, vai unir a experiência do revolver a terra com atividades musicais e físicas.
A horta tem 1,5 mil m² e fica nos fundos da Unidade de Saúde Visitação, na Rua Bley Zornig, e vai atender cerca de 30 famílias. Neste mês de julho, o local está recebendo o reforço de terra preparada para o plantio e os novos canteiros começam a ganhar forma. As novas áreas de cultivo vão se unir aos canteiros das antigas hortas que existem há dois anos.
Horta terapêutica e musical
A nova horta, explica o chefe do núcleo da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da Regional Boqueirão, Daniel Vicente Bastos, vai contar com a parceria de outras secretarias da Prefeitura para que sejam realizadas as experiências sonoras, atividades físicas e terapêuticas
“A intenção é integrar diversas áreas com a comunidade para o desenvolvimento da horta”, explica.
Uma das propostas é o projeto Canteiros Sonoros, que com encontros aos sábados vão resgatar os cantos de lavouras das fazendas. A atividade será feita com apoio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).
Alongamentos também serão incentivados e até mesmo a educação alimentar de estudantes podem ser feitas na Horta Visitação a partir dos produtos colhidos.
A parceria com a Unidade de Saúde, que tem indicado usuários em tratamento para cultivar a terra como terapia vai seguir em curso. Atualmente, cerca de 30 pessoas, com média etária de 60 anos, plantam no local.
Colheita variada
Um deles é o lavrador aposentado Ari Pedro Ruthes, 72 anos, que passa os dias cuidando da plantação. E se diz animado em ver novos canteiros ganhando forma.
“É ótimo ter espaço para plantio. Hoje moro em condomínio, mas vim da lavoura e gosto de voltar a plantar para minha família”, conta Ruthes.
Ele conheceu a horta a pela Unidade de Saúde, onde faz acompanhamento da pressão arterial. Na horta, já colheu feijão, couve, alface; viu colegas colherem batatas-doces de mais de dois quilos; levou os netos para ver de onde vem e se sente realizado.
Novas “ruas” na horta
Como ele, outros usuários têm no espaço um lugar para ver a natureza progredir e para ocupar a cabeça, conta o artesão Lincoln Willian Polycarpo, 67 anos. Ele e a mulher, Erica Benpel Polycarpo, 66 anos, cuidam da horta e se orgulham de terem pedido à Prefeitura para transformarem o terreno no que ele é hoje. E estão felizes em ver o progresso do local.
“Fico muito feliz ver esse pedido atendido. Não imaginava que ia crescer assim, tão rapidamente e tomar essa proporção”, fala.
Os novos canteiros vão ter apoio técnico constante da Prefeitura, que vai fornecer gratuitamente os insumos – mudas, calcário e adubos para o desenvolvimento das hortaliças.
Hoje, para transitar entre um canteiro e outro, os corredores ganham nomes, como se fossem ruas sinalizadas. “Já temos a Rua da Água, a Rua Sabiá Minhoca, a Rua Dom Manuel. Com o crescimento, vamos fazer um jardim, batizar novas ruas”, fala Polycarpo. Ele já preparou uma placa com o nome da Horta para o dia da inauguração.