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Planejamento urbano

Bairro Novo do Caximba é fruto da participação da comunidade

Consultores da Agência Base percorreram as ruas para levantamento fotográfico do Caximba e conversa com os moradores para identificar demandas e necessidades. Visitas técnicas feitas em 2019. Foto: Divulgação (arquivo)

 

A complexidade de soluções propostas no Programa de Gestão de Risco Climático (PGRC) do Bairro Novo do Caximba tem origem em pesquisas feitas por técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc), com insumos e informações coletados na própria comunidade da Vila 29 de Outubro.

Para ajudar a explorar todas as potencialidades do projeto, além de recorrer a estudos preliminares sobre a área de ocupação irregular, regime hidrogeológico dos rios Iguaçu e Barigui, características do terreno, entre outros elementos, a equipe do Ippuc mergulhou nas necessidades da comunidade e seus principais desafios.

O trabalho teve o apoio da consultoria da Agência Base, empresa francesa de arquitetura especializada em projetos socioambientais. Em visita ao território, em agosto de 2019, os consultores conduziram a ação Caximba Resiliente, uma série de workshops, visitas técnicas e muita troca de informações com moradores da região que ajudaram a construir o PGRC, financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com um total de €47,6 milhões de euros investidos em cinco anos.

Juntamente com as equipes multidisciplinares dos órgãos da municipalidade já envolvidos no projeto – além do Ippuc e Cohab, participaram Meio Ambiente, Saúde, Assistência Social, Obras e Segurança Alimentar – os consultores promoveram uma imersão para radiografar a área, sob a condução das lideranças comunitárias. Na oportunidade, foram discutidas e avaliadas sugestões para serem integradas ao programa inicial.

Antes da imersão no bairro, o PGRC foi apresentado para a própria comunidade em reuniões sistemáticas, realizadas no primeiro semestre de 2019. O Ministério Público do Paraná, por meio da Promotoria das Comunidades, também acompanhou a evolução do programa durante a fase de elaboração do projeto que pleiteava o financiamento com a AFD, até o contrato ser assinado, em 2020.

Ação na rua

As discussões também foram feitas na rua, durante a ação de revelação fotográfica da agência Base no Caximba. Divididos em dois grupos, formado por servidores, consultores e moradores, todas as ruas da Vila foram percorridas para levantamento dos problemas, necessidades e demandas da vizinhança, manifestadas durante as entrevistas feitas na ação.

O resultado de todo o levantamento foi usado nas sessões de trabalho para o desenho do novo bairro. Entre os principais pontos colocados pela comunidade, estão a conexão do bairro novo com o rio, as áreas de lazer e convivência da comunidade, o circuito do transporte público, a consolidação da Rua do Comércio como a principal da Vila, a criação de áreas de cultivo coletivo e a atenção à reciclagem de resíduos, uma das principais atividades econômicas dos moradores.

“Conseguimos conciliar as vocações da comunidade em propostas que vão trazer mais qualidade de vida para os moradores, com moradia digna e oportunidade de desenvolvimento. E tudo isso aliado à recuperação ambiental e à segurança e salubridade da rotina de quem vive ali”, avalia o arquiteto Mauro Magnabosco, responsável pelo projeto do Bairro Novo do Caximba.

Transformação a caminho

A Prefeitura já começou a tirar o desenho do papel. Em novembro de 2021, a equipe do Escritório Local da Cohab (ELO) assumiu o atendimento do Plantão Social, para recepção dos moradores, esclarecimento de dúvidas e detalhes do projeto. É essa equipe que também vai atualizar o cadastro dos moradores, realizado em 2019, e conduzir a formação da Comissão dos Representantes, em que os moradores vão eleger vizinhos para acompanharem passo a passo a implantação do programa no território.

A próxima ação será o lançamento do edital de obras do PGRC, previsto para fevereiro deste ano, para a construção das primeiras 752 unidades habitacionais, que serão feitas na área onde hoje é a Horta Comunitária. Nesta primeira fase, não haverá relocação de famílias, somente quando as casas estivem concluídas é que a área de recuperação ambiental será desocupada.

 

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