Os trabalhadores da limpeza pública de Curitiba aprovaram em assembleia na tarde desta quinta-feira (19) proposta salarial apresentada durante reunião na sede do Tribunal Regional do Trabalho. Com isso, o serviço de coleta será integralmente retomado a partir das 19 horas.
Os salários da categoria terão reajuste de 10% (acima, portanto, da inflação acumulada desde a última data-base, que foi de 7,7%) e os vales alimentação e refeição serão reajustados em 16,41%. Para os funcionários administrativos, o aumento será de 10% para quem ganha até R$ 4 mil mensais e de 8% para quem recebe acima disso.
O impacto do aumento no custo do serviço de limpeza pública (de R$ 10,7 milhões este ano) será absorvido pela Prefeitura e pela Cavo, evitando repasse para a taxa de lixo paga pela população. A Prefeitura vai assumir apenas o aumento relativo ao INPC do período e o restante a Cavo absorverá.
O aumento é retroativo a 1º de março. Os pagamentos serão feitos até 15 de abril, para salário, e 20 de abril, para benefícios.
O acordo mantém os salários pagos aos trabalhadores da limpeza de Curitiba entre os maiores do País. A categoria vem obtendo seguidos aumentos reais (acima da inflação). Nos últimos dois anos, os salários da categoria subiram mais de 20%, enquanto a inflação ficou em 10,9%.
Agora, com mais este aumento real, o salário base dos motoristas coletores passa para R$ 1.948,89; o dos motoristas de varredeira, para R$ 2.081,14; o dos coletores de lixo domiciliar vai para R$ 1.230,09 e o dos garis (responsáveis pela varrição) sobe para R$ 1.054,37. Operadores de roçadeira passam a ganhar R$ 1.189,85 e serventes, R$ 1.177,81.
Além disso, os trabalhadores recebem vales alimentação e refeição e, conforme a função, também adicional por insalubridade – o que, no caso de coletores e garis, praticamente dobra os ganhos. O valor do vale-refeição passa para R$ 547,31 e o do vale-alimentação, para R$ 310,12.
Custo
Atualmente a gestão de resíduos custa R$ 180 milhões por ano para o Município, enquanto a receita proveniente da taxa de lixo é de R$ 80 milhões. A diferença é subsidiada com recursos públicos. Com o reajuste definido agora, o custo do serviço subirá R$ 10,7 milhões este ano.
Para permitir o novo acordo salarial, a empresa prestadora do serviço (Cavo) absorverá parte da diferença.