Texto: Quiteria Bevilheri
Secretaria Municipal da Comunicação Social
O mês de novembro abre o período de maior risco para a dengue, época em que há dias mais quentes e chuvosos, ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Além das características climáticas, a chegada do dia de finados, no próximo domingo (2/11), traz um alerta importante para as pessoas que frequentam os cemitérios: é possível homenagear seus entes queridos sem, no entanto, trazer riscos para os vivos.
O alerta é da coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, Tatiana Bausewein, que recomenda alguns cuidados simples para evitar água parada.
“Apesar de Curitiba ainda apresentar dias frios nesta época do ano, precisamos lembrar que a presença de água parada em recipientes ao ar livre é um potencial risco para a dengue. Basta o aumento da temperatura para que ovos depositados nesses locais possam eclodir, iniciar a infestação dos mosquitos e a transmissão da doença”, destaca Tatiana.
Cuidados com as flores
Em vistoria no Cemitério Municipal São Francisco, nesta quarta-feira (29/10), às vésperas do Dia de Finados, as agentes de endemias Francine de Freitas e Marina Bogoni puderam indicar os potenciais riscos de proliferação do Aedes aegypti no local. Segundo as profissionais da SMS, os vasos de flores estão entre os principais vilões.
“São a forma de homenagem mais usada, mas é importante que as pessoas utilizem vasos com furos para drenagem da água e sem embalagens plásticas ou de celofane, que retém a água da chuva e da rega”, orienta Francine.
Tanto os vasos descartáveis como os fixos nas lápides precisam ter furos para a drenagem, além de colocar areia no fundo para evitar o acúmulo de água parada.
As equipes de zeladores da administração dos cemitérios municipais de Curitiba receberam orientações sobre os cuidados com a dengue. Durante o trabalho cotidiano, eles vistoriam os locais em busca de situações de risco para a proliferação do Aedes, retiram embalagens e depositam areia onde é possível. Além disso, orientam as famílias para fazer as adequações necessárias em vasos e velários fixos nas lápides, como furar os recipientes e utilizar plantas em terra ou areia.
“Mesmo as flores plásticas precisam de atenção, porque são depositadas em vasos ou potes que retém a água de chuva. Sempre que possível, devem ficar em locais abrigados da chuva e em recipientes furados”, orienta a agente de endemias Marina Bogoni.
Exemplo
O casal Carmen Lúcia e José Luiz Inocente estava munido de balde, vassoura e demais apetrechos para a limpeza do túmulo da família, ritual que utilizam anualmente às vésperas do dia de finados.
Segundo Carmen Lúcia, a família mantém o tumulo enfeitado com folhagens e suculentas plantadas em vasos e com flores artificiais, mas sempre com o cuidado de ficar abrigado da chuva. O casal elogiou o trabalho de monitoramento dos agentes de endemias.
“Esse cemitério fica no Centro da cidade, uma região com grande concentração de pessoas e não pode haver espaço para a proliferação do mosquito da dengue. É bom ver que a Prefeitura mantém o cuidado com nossa saúde, mas cada pessoa precisa fazer a sua parte”, disse Carmen Lúcia.
Dicas para evitar que os cemitérios sejam um risco para a proliferação do mosquito
Flores
- Os vasos com flores plantadas devem ser furados para a drenagem da água. As embalagens plásticas ou de celofane devem ser retiradas, pois também retém a água da chuva ou da rega.
- Os vasos fixos nas lápides também devem ser furados e ter sistema de drenagem, além de preencher com areia para não acumular água.
Velários
- Os velários, que ficam no entorno das lápides geralmente são peças de zinco ou de mármore, e é comum que não tenham escoamento.
- O ideal é furar esses recipientes para as velas, evitando o acúmulo de água.
- É importante não colocar velas em copos ou outros recipientes fundos e também descartar as embalagens que as envolvem.
Mausoléus
- Se os jazigos ou mausoléus estiverem abaixo do nível do solo, também é necessário verificar se há acúmulo de água.
- Se houver ralos ou tubos para escoar a água, é importante manter limpos e sem acúmulo de folhas ou terra, que acabam entupindo. É preciso providenciar um sistema para liberação da água da chuva.
- A limpeza dos túmulos com água sanitária é importante, mas o produto evapora facilmente, portanto, não elimina o risco.
Manutenção
- Manter a lápide limpa e livre de materiais que acumulam água é a melhor opção para evitar o risco de proliferação do mosquito transmissor da dengue.
- Ao visitar o cemitério, lembre-se de descartar embalagens e materiais de limpeza em lixeiras fechadas, evitando que esses materiais fiquem espalhados e também possam se tornar criadouros do Aedes aegypti.
HTML snippet. Press Enter to type after or press Shift + Enter to type before the widget