Uma parede do prédio onde funciona a Secretaria Municipal da Saúde, próximo à Rodoferroviária, foi coberta com a imagem do laço rosa de solidariedade contra o câncer de mama. A iniciativa marca o apoio da secretaria aos eventos do Outubro Rosa, mês em que se incentiva o diagnóstico precoce do câncer de mama em todo o mundo.
"É um meio de reforçar a importância da prevenção no enfrentamento da doença, primeira causa de morte por neoplasia entre mulheres a partir de 50 anos, e atrair mais mulheres para fazer o exame”, afirma a secretária municipal da Saúde, Eliane Chomatas.
A divulgação é um convite para as mulheres do segmento que ainda não se submeteram à mamografia de rastreamento – o raio X das mamas para pesquisa de nódulos imperceptíveis ao toque. É fácil fazer o exame. Basta procurar a unidade de saúde mais próxima de casa e agendar a mamografia sem custo e sem fila de espera.
O exame é o carro-chefe do programa de atenção integral à saúde feminina Mulher Curitibana, implantado em novembro de 2009 e que já beneficiou mais de 72 mil mulheres na faixa etária engajadas na luta contra o câncer de mama.
Curitiba é pioneira no rastreamento organizado da neoplasia e na busca ativa das mulheres para a realização do exame. Uma parceria entre a Prefeitura, Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Câncer (Inca) tornou o Mulher Curitibana modelo para a estratégia nacional de detecção precoce e tratamento do câncer de mama e de colo de útero.
A parceria também prevê a qualidade dos exames, por meio do monitoramento de equipamentos e laudos, por meio de uma parceria também com a Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPr).
“A mamografia é o meio rápido e seguro de fazer o diagnóstico precoce do câncer de mama, que tem mais de 90% de chance de cura quando identificado em suas fases iniciais”, observa a coordenadora do programa Mulher Curitibana, a ginecologista e obstetra Rosilei Antonievcz.
Do total de mulheres a partir de 50 anos submetidas à mamografia, 8.338 apresentaram formações classificadas como inconclusivas (categoria 0), 534 como suspeitas (categoria 4) e 162 como altamente suspeitas (categoria 5). Todas foram encaminhadas para novos exames e, dependendo do caso, tratamentos e cirurgias.
A decisão de fazer o exame é de cada mulher, mas, em grande parte, influenciada pelo convite feito pelas equipes das unidades de saúde para que compareçam às unidades de saúde e agendem sua mamografia.
“Fazemos isso perto do aniversário de cada usuária nessa faixa etária cadastrada em cada uma das nossas 110 unidades, por telefone ou com a abordagem das agentes comunitárias. Só não faz o exame quem não quer, o que é um desperdício”, diz a médica Rosilei.
Em Curitiba existem doze clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) que oferecem o exame. Elas têm condições de fazer 5,2 mil mamografias por mês – a demanda estimada de acordo com a população projetada de 125 mil usuárias do serviço público de saúde – mas, por enquanto, fazem perto de 4 mil.
Para isso, o desafio do Mulher Curitibana é fazer as usuárias da rede municipal de saúde deixar de lado os vários tipos de desculpas dados para justificar o não comparecimento ao exame – como vergonha e medo de sentir dor ou de “achar alguma coisa” - e melhorar a cobertura. “Empenho profissional e estrutura é o que não nos faltam”, garante Rosilei.