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Lição de superação

Estudante de inclusão deixa muletas e conquista independência

Escola Nansyr Cecato é exemplo de inclusão. A estudante Evelyn, já está deixando as muletas em apenas três meses de aula. Curitiba, 06/12/2018. Foto: Luiz Costa /SMCS.

Quem conheceu a estudante Evelyn Vitória Pereira de Andrade no início de 2018 não a reconhece a poucas semanas do Natal. No começo do ano letivo, Evelyn, hoje com 9 anos, utilizava muletas para se locomover, devido ao comprometimento motor causado pela paralisia cerebral. Tinha dificuldades de pronúncia, pelo mesmo motivo. Hoje ela fala muito bem, canta, dança, se veste sozinha e já dá seus primeiros passos sem as muletas, em casa e na Escola Municipal Nansyr Cecato Cavichiolo, no bairro Parolin, onde estuda há dois anos.

“A vida dela é a escola, ela simplesmente adora. Eu não sabia que minha filha tinha tanta capacidade, protegi demais e vê-la se desenvolver assim é muito emocionante”, diz a mãe, Dayane Pereira. “Quando cheguei aqui, com a Evelyn vindo de uma escola particular, ela nem andava, mas me mostraram o quanto ela podia fazer sozinha se acreditássemos nela. A Márcia (diretora) me acolheu e mostrou que era possível. Ela teve apoio aqui e em outra unidade da rede, numa sala de recursos multifuncionais”, lembra a mãe. “Foi tanta evolução em tão pouco tempo. Quando vi a Evelyn andando sozinha do sofá até a cama, não acreditei”, conta a mãe, emocionada. 

Antes precisava de profissional de apoio constantemente com ela. Agora, é independente. Pega o caderno, guarda os brinquedos. A professora Flávia Silva resume o comportamento da Evelyn. “Pensa uma criança ativa”, conta Flávia. “Gosta de se mexer e desenhar, nunca se cansa”.

A escola tem 17 crianças em inclusão. Entre outros, na turma da Evelyn tem o Danilo Gondarski Costa, 8 anos. Danilo tem síndrome de Down e é um dos colegas mais animados. “A turma está bastante entrosada”, conta a professora.

A diretora da escola, Márcia Alexandra Ribeiro Quadri, destaca que a família da Evelyn é muito envolvida com sua vida escolar. “Isso é muito importante para qualquer estudante. Eles se sentem mais motivados”, observa a diretora.

Além de todo apoio pedagógico na escola, Evelyn está fazendo fisioterapia. E agora a brincadeira favorita dela é pega-pega. Antes ela gostava de “bater corda” para as amigas pularem. “Eu adoro a hora de brincar de pega. Sou muito feliz aqui”, conta a pequena.

A secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila, destaca que o caso de Evelyn é emblemático. “Educação inclusiva é aceitar as diferenças, é acolher. É isso que fazemos na nossa rede, essa convivência traz benefícios mútuos”, destaca Maria Sílvia.

Para a diretora do Departamento de Inclusão e Atendimento Educacional Especializado da Secretaria Municipal da Educação, Gislaine Budel, o envolvimento dos pais ou responsáveis é fundamental para o bom desempenho na escola. “Nossas crianças e estudantes recebem atendimento conforme suas necessidades individuais, com o comprometimento da escola e o envolvimento da família tudo fica mais fácil”, afirma Gislaine.

Trabalho contínuo

A rede municipal de ensino de Curitiba tem 2.384 crianças e estudantes em inclusão, em turmas de Educação Infantil e do Ensino Fundamental, em um total de 140 mil estudantes. 

A rede municipal de ensino oferece 15 modalidades de atendimento diferenciado a estudantes em processo de inclusão, o que permite  que cada estudante seja atendido conforme as suas necessidades.

São oito Centros Municipais de Atendimento Educacional Especializado (CMAEEs), que oferecem serviços de avaliação e atendimento com equipes de profissionais da Secretaria Municipal da Educação: professores especializados nas áreas visual e auditiva, pedagogos especializados e psicólogos da Secretaria Municipal da Saúde.

A definição sobre a necessidade de acompanhamento com profissional de apoio é constante e ocorre a partir da observação individual de cada criança quanto ao nível de comprometimento e características individuais em relação à locomoção, higiene e alimentação. Essa avaliação é compartilhada entre as pedagogas dos Núcleos Regionais de Educação e das equipes diretiva e pedagógica da unidade.