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Mapu chegou

Zoo de Curitiba colabora com projeto catarinense de conservação de lontras

Zoo de Curitiba colabora com projeto catarinense de conservação de lontras. Foto: Ricardo Marajó


O Zoo de Curitiba tem um novo morador e, em breve, pode anunciar o nascimento de mais um filhote de lontra. Mapu, uma lontra macho jovem vinda do Projeto Lontra, de Santa Catarina, já ocupa um recinto na unidade de conservação que fica no Alto Boqueirão e, assim que for viável, será apresentado à fêmea Bella, que vive no local.

O diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria do Meio Ambiente, Edson Evaristo, lembra que a instituição foi pioneira em obter sucesso na reprodução de lontras. “O primeiro nascimento da espécie fora da natureza no Zoológico de Curitiba aconteceu ainda no início da década de 1990”, conta.

De lá para cá, foram mais de 20 nascimentos. Os animais foram encaminhados a outros projetos de conservação, aos moldes da cooperação com o Projeto Lontra, onde nasceu Mapu. “Há motivos de otimismo para a reprodução com sucesso desse novo casal”, completa Evaristo, que manifestou o interesse em trazer Mapu para Curitiba após uma visita ao projeto catarinense em maio deste ano. 

 

No Zoo de Curitiba, os ambientes são cada vez mais pensados para o bem-estar dos animais e a equipe técnica busca se manter atualizada, incluindo as trocas de experiências possibilitadas pela participação nos grupos nacionais de conservação. “É a nossa atribuição e contribuição como instituição de pesquisa atuar cada vez mais como centro de conservação de espécies”, diz o diretor.

Quase ameaçada

De acordo com a classificação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a espécie possui uma boa distribuição no Brasil, ocorrendo em “quase todas as áreas costeiras onde corpos d’água são propícios”, mas em função do desmatamento e outros fatores existe a previsão de aproximação da categoria vulnerável. Hoje ela seria quase ameaçada. 

“Por isso é tão importante e ficamos felizes com a nova parceria”, destaca o presidente do Instituto Ekko Brasil, responsável pelo Projeto Lontra, Marcelo Tosatti. “O que se espera, a médio e longo prazo, são os projetos com vistas à soltura e reforço populacional da espécie em vida livre”, projeta. 

Tosatti reforça que o Instituto já tinha conhecimento da estrutura e da capacidade técnica da equipe do Zoológico de Curitiba. “Um espaço que busca, através de suas ações de pesquisa e conservação, dar uma boa qualidade para os animais lá residentes, com certeza está cuidando bem do Mapu.”

Nascido no projeto, Mapu é filho de dois órfãos de lontra - Nanã e Lucky - resgatados pelo Instituto Ekko Brasil. Responsável pelo Projeto Lontra, o Instituto Ekko Brasil é uma organização não governamental, cujo objetivo é coordenar e apoiar projetos que tenham como foco a conservação da biodiversidade e o turismo de conservação 

Com mais de 36 anos de história, o Projeto Lontra abrange a recuperação, conservação e ampliação do conhecimento técnico de lontras e outros integrantes da família Mustelidae. Os trabalhos são realizados através de dois Centros de Pesquisa, Conservação e Educação Ambiental em dois importantes biomas, Mata Atlântica e  Pantanal.

Trabalho consolidado

Com uma série de casos de sucesso de nascimentos de animais em risco de extinção, o Zoo faz parte de dez dos 25 grupos do termo de cooperação do programa nacional de conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) e o Ministério do Meio Ambiente. 

São eles: muriqui-do-sul; mico-leão-da-cara-dourada; macaco-aranha-da-testa-branca; tamanduá-bandeira; onça-pintada; lobo-guará; jacutinga; ararajuba; jacucaca; e sagui-da-serra-escuro.

Além deles, a instituição já encaminhou para a soltura na natureza em Santa Catarina papagaios-do-peito-roxo, do programa local de reprodução de psitacídeos, que também registra nascimentos de papagaios-da-cara-roxa. 

O Zoo integra, ainda, o Programa de Manejo Cooperativo de Harpias, coordenado pelo Projeto Harpia/Azab, para reprodução desta espécie de águia, e iniciou participação no trabalho nacional para a conservação da águia cinzenta, espécie da qual a chefe de fauna, Nancy Banevicius, é a keeper.