Ildefonso Pereira Correia nasceu em Paranaguá, em 6 de agosto de 1845. Estudou Humanidades em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 1871, casou-se com a prima Maria José Correia (Nhá Cóca), com quem teve três filhos.
Iniciou suas atividades empresariais no ramo da erva-mate em 1874, em Antonina. Transferiu-se para Curitiba quatro anos depois, onde fundou, no Batel, a fábrica de erva-mate Tibagi que se destacou no mercado com a marca Ildefonso e introduziu maquinário inovador para a época. Também montou uma serraria a vapor em Piraquara. Nesse período, consolidou as relações comerciais do mate no Uruguai e na Argentina, e representou o produto na Europa, sendo, então, considerado seu maior exportador.
A atuação de Ildefonso Correia no ramo comercial foi de extrema importância para o desenvolvimento econômico da capital paranaense, onde o empresário mandou construir sua residência, na atual Rua Carlos Cavalcanti. Concluído em 1882, o projeto do edifício coube aos mestres Ângelo Vendramin e Batista Casagrande, projetistas e construtores italianos que idealizaram a suntuosa edificação, dentro dos padrões dominantes na arquitetura residencial dos ervateiros curitibanos. Em suas dependências, hospedaram-se personagens ilustres de nossa história, como a Princesa Isabel e o Conde D’Eu que chegaram ao Paraná, em 29 de novembro de 1884, para verificaro andamento das obras da Estrada de Ferro Curitiba- Paranaguá. Em 8 de agosto de 1888, foi agraciado com o título de Barão do Serro Azul.
Homem influente na sociedade curitibana, o Barão participou de inúmeras comissões e agremiações – fundação da Impressora Paranaense, do Clube Curitibano e da Associação Comercial do Paraná. Integrou a Comissão de Obras que supervisionou a construção da futura Catedral. Na política, foi camarista, presidente da Câmara de Curitiba, deputado provincial e vice-presidente da então Província do Paraná.
Durante a Revolução Federalista (1893-1894), quando os maragatos invadiram Curitiba, o Barão do Serro Azul liderou a Junta Governativa encarregada de manter a ordem na capital, negociando com os revolucionários para impedir saques e atos de violência. Com o término do conflito e a volta da legalidade, Ildefonso Correia e mais cinco companheiros foram presos acusados de traição e, quando estavam a caminho do Rio de Janeiro, onde supostamente seriam julgados, foram fuzilados, em 20 de maio de 1894, no km 65 da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá.
Para rememorar os cinquenta anos de falecimento do Barão, em 1944, foi inaugurada uma herma em bronze, na Praça Miguel Couto, no Batel, onde antigamente funcionara o engenho de erva-mate do Barão. Coube a João Turin executar a obra que, em 1987, foi transferida para a confluência da Rua Barão do Serro Azul com a Travessa Nestor de Castro, no centro da cidade. Em 1993, com a instalação do monumento a Nossa Senhora da Luz dos Pinhais neste mesmo local, a herma retornou ao seu lugar de origem.
Uma das mais simbólicas homenagens prestadas a Ildefonso Correia, aconteceu em 15 de dezembro de 2008, quando o governo federal, por meio da lei nº 11.863, incluiu o seu nome no Livro dos Heróis da Pátria.